sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Espiritualidade

Quaresma, Sexta-feira depois das Cinzas: espiritualidade
A conversão é sempre uma coisa que leva tempo. O homem precisa de tempo, e Deus também quer precisar de tempo connosco. Partiríamos de uma imagem de homem absolutamente errada se pensássemos que as coisas importantes da vida humana podem realizar-se imediatamente e de uma vez para sempre. O homem está feito de tal maneira que precisa de tempo para crescer, amadurecer e pôr em ação todas as suas capacidades. Deus sabe-o melhor do que nós. E, por isso, espera, não desiste. É indulgente, longânime. Espera-nos como um pescador paciente, como escrevia um poeta. «A bondade de Deus convida-te à conversão», escreve Paulo. Não a ira, mas antes o seu afeto, bondade, paciência. Não é senão mais tarde, após a morte, que vamos poder viver fora do tempo e para sempre. Hoje, o tempo é-nos dado para conhecer a Deus cada vez melhor. É sempre tempo de conversão e de graça, dom da sua misericórdia.

A maldade das «boas pessoas»
Se toda a gente achar que nós somos «muito boas pessoas», decididamente algo deve estar mal na nossa vida. Provavelmente, se isso acontece, é porque o nosso comportamento se apresenta mais moldado aos preconceitos que nos rodeiam, do que propriamente aos mandamentos que Jesus nos deu. Se formos cristãos a sério, somos sempre um pouco escandalosos. Façamos, pois, da nossa vida um escândalo. Mas atenção: um escândalo de bondade, um escândalo de amor, um escândalo de fé. Não estou a pensar em escândalos vanguardistas, ou de vestuário: esses constituem um modo de tudo continuar na mesma de uma maneira diferente. Eu refiro-me, sim, àqueles comportamentos estranhos que levam os outros a pensarem que nós somos «parvos».

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