sábado, 28 de setembro de 2013

Espiritualidade

Evangelho e 2.º leitura do 26.º domingo (29 de setembro): pistas para meditação
É duplamente terrível a última frase do Evangelho: «Tão-pouco se deixarão convencer, se alguém ressuscitar dentre os mortos». Primeiro porque ela parece desesperada, como se nada pudesse forçar um coração de pedra a mudar. Mas é ainda mais terrível na boca de Jesus. Podemos perguntar se ele estaria a pensar nele próprio ao proferi-la – «Se alguém ressuscitar dentre os mortos»… E quando Lucas escreveu o seu evangelho, sabia muito bem que a ressurreição de Cristo não converteu toda a gente, longe disso; chegou mesmo a endurecer alguns. Centremo-nos na história do rico e do pobre Lázaro: do rico não sabemos muito, nem sequer o nome. Não se refere que era especialmente malvado; pelo contrário, dado que chega a pensar, mais tarde, em salvar os seus irmãos da infelicidade no além. Simplesmente, ele está no seu mundo, no seu conforto, «na sua torre de marfim», poder-se-ia dizer, como os samaritanos de quem falava Amós na primeira leitura. De tal forma estava encerrado na sua torre de marfim que nem sequer chega a ver, através do seu portão, o mendigo que morre de fome e que bem se contentaria com os seus restos.

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