terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Cristãos e judeus, crentes de boa memória
O Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto é um momento privilegiado de ética partilhada, uma ocasião que a humanidade se dá para exercitar o discernimento entre o que é bem e o que é mal, para reconhecer que nas negras épocas de barbárie, a responsabilidade das próprias ações – e dos pensamentos que as movem – é pessoal. Um dia, por isso, em que faz bem a todos recordar: a quem pretenderia esquecer, porque a dor sofrida é demasiado grande, e a quem pretenderia fazer-se esquecer, porque foi cúmplice dessa dor. E recordar faz bem igualmente, e sobretudo, a quem não viveu o inferno da Shoah, nem diretamente nem através de pessoas queridas. «Fazer memória em conjunto» significa também admitir que infelizmente, por mais de 19 séculos, a atitude dos cristãos quanto aos judeus foi modelada pela emulação, pela condenação, pelo desprezo, pela perseguição, ou seja, foi um antijudaísmo que perdurou, nunca contradito de forma decisiva por parte das instituições, dos magistérios, das vozes autorizadas das diversas Igrejas.
Que as lágrimas do Holocausto se convertam em compromisso para que o horror não se repita: Papa evoca Dia da Memória
O papa Francisco enviou uma carta ao rabino Abraham Skorka, seu amigo desde o tempo em que habitava em Buenos Aires, onde expressa o desejo de que as lágrimas causadas pelo Holocausto se convertam em compromisso para que acontecimentos semelhantes não se repitam. A missiva vai ser lida na tarde desta segunda-feira, em Itália, durante o concerto “Os violinos da esperança”, organizado para recordar as vítimas da “Shoah”, revela a Rádio Vaticano. O público, escreve Francisco, vai ouvir música de Vivaldi, Beethoven e outros grandes compositores, «mas o coração de cada um dos presentes sentirá que por trás do som da música vive o som silencioso das lágrimas históricas, lágrimas daqueles que deixam traços na alma e no corpo dos povos».

Sem comentários: