sexta-feira, 21 de março de 2014

Pastoral da Cultura

Pobreza escandalosa e pobreza virtuosa
Pertence à verdade da Igreja ser radicalmente pobre. Nasce e alimenta-se da graça divina nas expressões da história humana, segundo a diversidade das culturas e tradições religiosas. Nas comunidades cristãs tudo é fruto de um dom para que cultivem a gratuidade nos serviços que prestam à sociedade: recebestes de graça, dai de graça. As comunidades cristãs não são a salvação, mas sacramento, sinal e instrumento da salvaguarda e da cura da natureza. O alfa, o ómega e o coração do mundo é o Mistério infinito no qual vivemos, nos movemos e existimos. A Igreja existe para nos acordar para o essencial. É desejável que, no seio das comunidades cristãs, muitas pessoas se dediquem, com todo o afinco, a cultivar ciências, artes e sabedorias para produzir e distribuir, da forma mais justa e mais respeitadora da natureza, tudo o que torna a vida humana mais digna de ser vivida.
A primavera está por toda a parte. Até em nós?
Certamente a voz da primavera não nos deixa indiferentes: ela há de sempre sobressaltar-nos. Mas olhamos para ela com mais nostalgia do que com esperança. Contemplámo-la à distância. Ou então defendemo-nos dela como podemos, fingindo não perceber o que significa. No fundo de nós mesmos, consideramos que a primavera já não é para nós. E no nosso coração andamos às voltas com aquela pergunta que também a Bíblia conserva e que não temos paz enquanto não conseguirmos responder: «Pode um homem, sendo velho, nascer de novo?».

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