domingo, 17 de dezembro de 2017

MEDITAÇÃO DIÁRIA, DOM, 17 – DOMINGO III DO ADVENTO – ANO B

Is 61, 1-2a.10-11 / Lc 1, 46b-50.53-54 / 1 Tes 5, 16-24 / Jo 1, 6-8.19-28

A segunda leitura deste domingo apresenta-nos as consequências do otimismo cristão. Ora, se Deus, quando cria, vê que tudo é bom, também o cristão, quando olha para o mundo a partir do olhar de Cristo, não pode senão ver o mundo como Ele o vê: tudo é muito bom. Este é um pressuposto da vida cristã: procurar o bem. Sim, é verdade, existe o mal, basta abrir os olhos e verificamos que o mundo (ainda) não é um lugar de justiça e de fraternidade, mas (e é um «mas» muito importante) sabemos que o Senhor está presente. Cabe-nos, diante da experiência do mal, procurar encontrar a presença do Senhor. Paulo diz-nos: sempre, em todo o lugar procurai o bem. Sempre. Dá-nos esta certeza: se procuramos o bem, encontramo-lo e não há como não o encontrar, porque somos todos filhos da Luz. Em todos nós coabitam a Luz e as trevas, mas as trevas são muito menores, menos significativas e muito menos potentes do que a Luz.
Esta é uma «regra» fundamental: procurar o bem e a beleza na nossa vida. Aí está Deus. Para o podermos fazer, Paulo dá-nos uma série de indicações. Primeira: «Vivei sempre alegres». Sempre alegres! A palavra que Paulo usa, «chairete», tem a mesma raiz de «beleza», «amor», «bondade» e «gratuidade». São estas realidades que dizem a nossa verdade, não a fealdade, o egoísmo, a maldade ou a avareza.
A alegria é sinal da presença de Deus. A alegria verdadeira é aquela que, mesmo na dor, permanece presente porque não é um sentimento passageiro daquele a quem a vida corre bem, mas a certeza, que vem da fé, que Deus me ama infinitamente e já venceu a morte e o mal. Esta alegria, a alegria espiritual, que pode ser e é, muitas vezes, vivida na dor, é dom de Deus.
Em seguida, Paulo dá a segunda indicação: o que mantém a alegria espiritual viva no nosso coração é «orar sem cessar». Rezar sempre permite-nos abrir o coração para acolher a graça da alegria. A oração é o respiro do nosso espírito. Se pararmos de respirar, o nosso corpo morre; se pararmos de rezar, o espírito em nós fica adormecido. Isto não significa que temos de estar sempre a «dizer orações», seria impossível, mas significa que podemos ter o coração centrado em Cristo, e isto é oração.
Continua Paulo: «dai graças em todas as circunstâncias», isto é, fazei da vossa vida Eucaristia (palavra que significa precisamente «ação de graças»). Se fizermos da nossa vida uma contínua ação de graças, então viveremos em contínua oração e seremos sempre alegres, porque estaremos sempre na presença do Senhor.
Como cristãos, na certeza de que somos amados totalmente pelo Pai, somos convidados a ver em cada acontecimento da vida uma oportunidade para encontrar o Senhor. Nas coisas que correm bem e nas coisas que correm menos bem podemos encontrar a mão misericordiosa e amante do nosso Pai que nos ama. Sempre.

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