domingo, 10 de junho de 2018

MEDITAÇÃO DIÁRIA Dom, 10 – DOMINGO X DO TEMPO COMUM – Ano B

Gen 3, 9-15 / Slm 129 (130), 1-8 / 2 Cor 4, 13 – 5, 1 / Mc 3, 20-35

«Quem é minha Mãe e meus irmãos?»

A passagem do Evangelho que rezamos neste domingo coloca-nos diante do problema de discernir se estamos com Cristo ou contra Cristo, se somos dos «seus» ou se somos estranhos a Ele, se estamos «dentro» ou «fora», se nos deixamos agarrar por Ele ou não, se aceitamos o seu perdão incondicional ou se ainda queremos mostrar-Lhe que somos bons, se escutamos o Espírito Santo ou fazemos de conta que Ele não nos fala. A questão central de todas estas perguntas é a questão central do Evangelho: a nossa salvação e esta consiste em ser com Ele, isto é, ser dos seus, escutar a sua palavra, o seu perdão, o seu amor... aceitá-Lo tal como Ele é e não como nós gostaríamos que Ele fosse.

Nesta passagem, Jesus deixa muito claro que a sua mãe e os seus irmãos são aqueles que seguem a vontade de Deus. Aquilo que nos alimenta verdadeiramente é a Palavra e não o pão. Claro que precisamos do alimento para nos mantermos vivos, mas sem a Palavra, que é Deus, já somos mortos com corpos vivos, desligados da fonte e da origem da nossa vida. Não nascemos para sobreviver, mas para sermos conduzidos à Vida sem ocaso oferecida àqueles que escutam a Palavra e a põem em prática.

Jesus é a Palavra do Pai, a Palavra que não passará. Escutando-a, tornamo-nos «sua mãe e seus irmãos». Ser mãe de Jesus, tal como Maria! Na vida acabamos por nos tornar naquilo que escutamos, naquilo que comemos. Quem escuta a Palavra do Pai, que é Cristo Jesus, acaba por se tornar naquilo que escuta. Por isso, o Pai quer que sejamos ouvintes da Palavra para que, sendo nós verdadeiros escutadores do Filho, nos tornemos verdadeiramente filhos. Deus Pai quer-nos junto de Cristo porque nos ama como a Ele. Quem escuta a Palavra dá carne à Palavra. Esta incarna dentro de si e através de nós, da nossa vida, Jesus ganha carne e continua a manifestar-Se no mundo.

Pertencer à família de Deus não é um privilégio reservado a alguns. Não é nem a pertença a um povo particular nem uma sabedoria especial que faz de nós filhos de Deus. A verdadeira família de Jesus é composta daqueles que O escutam. Ser seu discípulo não vem de cumprir preceitos especiais nem de conhecimentos particulares, mas de escutar a sua Palavra e de a colocar na prática da vida.

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