quinta-feira, 6 de setembro de 2018

Carta aos diocesanos de Lisboa, no início do ano pastoral 2018-2019

1. Saúdo-vos a todos com muita estima no início de mais um ano dedicado à receção da Constituição Sinodal de Lisboa. Mantendo o objetivo transversal de FAZER DA IGREJA UMA REDE DE RELAÇÕES FRATERNAS (CSL, 60), para reforçar a participação e a corresponsabilidade comunitárias a todos os níveis da vida paroquial e diocesana, incidiremos especialmente no nº 47: VIVER A LITURGIA COMO LUGAR DE ENCONTRO COM DEUS E TAMBÉM DA COMUNIDADE CRISTÃ ENQUANTO POVO DE DEUS QUE CELEBRA.
Como, entretanto, o Papa Francisco destinou o mês de outubro de 2019 à intensificação missionária da vida eclesial e a Conferência Episcopal Portuguesa alargou esse objetivo a todo o ano antecedente, teremos muito em conta o que o Santo Padre nos diz no nº 142 da Exortação apostólica Gaudete et Exultate sobre o chamamento à santidade no mundo atual: «Partilhar a Palavra e celebrar juntos a Eucaristia torna-nos mais irmãos e vai-nos transformando pouco a pouco em comunidade santa e missionária». 
É uma feliz síntese sobre a comunidade que escuta, partilha e celebra, assim mesmo crescendo em fraternidade, santidade e missão. Bem podemos tomar este trecho como lema do nosso ano pastoral, unindo todos os seus motivos.
Ao longo do ano muito se fará decerto em termos de formação orante e litúrgica. Peço às comunidades que aproveitem para tal todas as ocasiões pastorais: iniciação cristã, catequese, celebrações – tudo é espaço e tempo para formação sobre o modo cristão e eclesial de rezar e celebrar. O Departamento de Liturgia realizará ações formativas nas Vigararias, contando com boa participação de todos, mormente dos que têm especiais funções litúrgicas. Também o Instituto Diocesano de Formação Cristã oferece o seu valioso contributo nesse sentido. Assim cresceremos em santidade e missão, pois Deus chama para enviar. 

2. O número 47 da nossa Constituição Sinodal, depois da frase citada, continua assim: «Além da beleza dos espaços e dos ritos, da música e do canto, a celebração da fé é chamada a educar para a interioridade, para a comunhão e para o silêncio, criando momentos que disponham à escuta de Deus. É necessário cuidar sempre da formação litúrgica das comunidades, para que tanto os que exercem ministérios, como toda a assembleia, entrem em diálogo com o Senhor. É, por isso, de grande utilidade uma permanente catequese mistagógica que introduza toda a comunidade na vivência dos tempos litúrgicos e na compreensão dos seus símbolos e ritos». 
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Quero ainda pedir-vos, caríssimos diocesanos, comunhão profunda e orante com o Santo Padre, que com tanta coragem e lucidez guia a Igreja neste momento de purificação espiritual e prática. Estamos com o Papa Francisco, como ele está com Cristo e o Evangelho. 

Convosco, em oração e missão,

+ Manuel, Cardeal-Patriarca

Lisboa, 1 de setembro de 2018                       

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