domingo, 13 de janeiro de 2019

MEDITAÇÃO DIÁRIA Dom, 13 – Batismo do Senhor (Festa) – Ano C

Is 42, 1-4.6-7 / Slm 28 (29), 1-4.9-10 / At 10, 34-38 / Lc 3, 15-16.21-22

Jesus, que não precisava de batismo, quis ser batizado. Esta festa é ocasião para celebrar a Cristo, no qual todo o cristão é batizado, nosso modelo e ideal de vida.

Na leitura de Isaías encontramos a Deus que elege o seu servo. As escolhas de Deus não são promoções nem predileções exclusivistas. As suas escolhas são para realizar uma missão concreta em favor do seu povo.

O que o profeta diz em relação ao «servo do Senhor», cinco séculos antes de Cristo, tem a sua realização plena em Jesus de Nazaré. E qual é o seu modo de realizar a missão? Não se trata de partir do zero e criar tudo de novo. A sua pedagogia está em saber aproveitar tudo o que há de bom naqueles a quem é enviado: "Não gritará, nem levantará a voz, nem se fará ouvir nas praças; não quebrará a cana fendida, nem apagará a torcida que fumega; proclamará fielmente a justiça". Este modo de atuar deve ser ocasião para um exame de consciência sobre o modo como nós nos relacionamos com os outros, como desempenhamos a nossa missão. Aproveitamos ou destruímos? Condenamos ou animamos? Descarregamos sobre os outros as nossas impaciências ou sabemos esperar que a semente do bem dê o fruto a seu tempo?

Na leitura dos Atos dos Apóstolos, relata-se o discurso feito por Pedro, em Cesareia, na casa de Cornélio. Nas primeiras comunidades cristãs, discutia-se se o batismo se podia conceder aos pagãos, que não tinham a cultura e as tradições de Israel. Pedro intervém de um modo incisivo, que não deixa margem para dúvidas: "Eu reconheço que Deus não faz aceção de pessoas, mas, em qualquer nação, aquele que O teme e pratica a justiça Lhe é agradável". As portas da Igreja abrem-se de par em par. É uma clara experiência de "Igreja em saída", usando a expressão do Papa Francisco, o último sucessor de Pedro.

No Evangelho, encontramos o precursor do Messias, João Batista. Não chama a atenção sobre si, exaltando o valor da sua pessoa e missão. Aponta para um novo batismo que Jesus inaugurará: "Ele batizar-vos-á com o Espírito Santo e com o fogo". João exalta Jesus, achando-se até indigno de desatar as correias das suas sandálias. É uma atitude exemplar de quem ultrapassa carreirismos e invejas.

A celebração do batismo dá-se num clima de oração e não de simples cumprimento de um ritual, como devem ser todas as celebrações dos seguidores de Cristo. Esta insistência sobre a oração é caraterística do evangelista S. Lucas, aparecendo Jesus uma dezena de vezes a falar com o Pai. Jesus reza para viver unido a quem O enviou em missão à terra. Não é para dar exemplo de edificação, mas porque sente a necessidade de viver unido ao Pai.

A cena do batismo de Jesus concluiu-se com uma declaração solene de grande ternura de Deus Pai para com Jesus: "Tu és o meu Filho muito amado: em Ti pus toda a minha complacência". É a confirmação explícita da excelente relação paternal de Deus Pai com Jesus, que Se compromete com a missão a que O enviou à terra. Como batizados, deveremos facilitar que Deus tenha uma semelhante relação de amor connosco. 

Sem comentários: