quinta-feira, 12 de dezembro de 2019

DA BELEZA DO NATAL À DESTRUIÇÃO CRIMINOSA

O Natal que se aproxima e o Advento que estamos vivendo colocam entre nós e dentro de nós grandes contrastes. Tudo parece belo e harmonioso: presépios, iluminações, árvore de Natal. Tudo nos faz lembrar Aquele que veio como Luz do mundo, o Menino do presépio. Mas em contrapartida impõe-se uma cultura sem Deus e sem Menino, uma festa quase paganizada, com o Pai Natal, com adivinhos, com guerras, com uma cultura de morte, nas vidas ceifadas, nos abortos, na destruição da natureza, na venda de pessoas, na exploração dos pobres. Andam a manobrar povos para que governos aprovem leis injustas, e criminosas, como a da eutanásia. Assim, que Natal podemos viver? Que festa espiritual teremos, que vida e renascimento?

Deus é beleza infinita e o seu Verbo, nascido no presépio, veio enriquecer-nos dessa beleza. O Menino não só é belo – o mais belo dos filhos dos homens, porque traz em Si a beleza de Deus – mas também nos ensina a apreciar tudo o que o Pai criou, a beleza do pôr do sol, dos lírios do campo, da luz, das aves do céu, do rosto e da vida das crianças, da figueira e dos figos, de um casamento, do sabor do vinho bom, de uma pesca abundante, da arte de pescar e de ser carpinteiro, do óleo, do perfume, do vaso de alabastro, da videira, do rebanho das ovelhas, das searas alouradas e prontas para a ceifa, etc. Jesus é um apreciador do que é belo e sabe estimar as coisas, não abusa delas, só as usa para louvar o Pai e servir os homens. Ama a natureza, vê nela o amor do Pai, quer cuidar dela com solicitude e carinho. Veio ao mundo, tomou a nossa carne, foi um de nós e amou o mundo criado como obra-prima do amor.

Todos somos convidados a imitar Jesus, com Ele e n’Ele, a amar a natureza, a nossa casa comum, toda a beleza das pessoas, das flores, dos oceanos, das florestas, dos animais, dos astros, da terra e da água, etc. Encontrar em tudo a beleza que o Criador colocou em cada coisa, estimá-la, cuidar dela, velar por ela. Não podemos ir arruinando e destruindo a obra do Criador e a sua beleza, que se espelha no Menino do presépio. A ganância do dinheiro e da riqueza, o mau uso da criação pode destruir a nossa felicidade e a nossa vida. Deus perdoa sempre, mas a natureza nunca perdoa. Por isso temos de clamar não à destruição das florestas, aos detritos deitados às águas dos rios e dos oceanos, aos incêndios criminosos, à loucura de ir destruindo a casa comum, não respeitando a obra do Criador nem o bem das pessoas, da humanidade inteira. Sucedem-se os apelos do Papa e de tantos cientistas e profetas de um mundo mais habitável, mas muitos teimam em destruir, em manipular, em criar crises climáticas verdadeiramente destruidoras. O Menino do presépio quer ensinar-nos o valor da criação, da beleza, do bem comum. Veio ao mundo para isso.

Cada família, neste Natal, e cada dia da vida, deve cuidar bem da vida, da beleza das coisas, da natureza. Deve comprometer-se com Deus a não estragar a obra da criação, a não estragar comida ou deitar fora, a não abusar dos bens que nos são confiados. A separar o lixo para a reciclagem, a não gastar água a mais, papel, detergente, eletricidade, etc. Temos de ter amor à beleza da natureza e não contribuir para a sua ruína. O Natal como novo nascimento em nós e na família de todos os cuidados possíveis para ajudar o mundo a ser melhor, mais limpo, mais belo, sem arruinar a água límpida do rio, ou a imensidão dos oceanos. Cada um, em particular, e cada família deve pensar seriamente no que pode e deve fazer para que o Criador esteja contente connosco e colaboremos na obra da criação.

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