domingo, 19 de julho de 2020

MEDITAÇÃO DIÁRIA Dom, 19 – Domingo XVI do Tempo Comum – Ano A

Sab 12, 13.16-19 / Slm 85 (86), 5-6.9-10.15-16a / Rom 8, 26-27 / Mt 13, 24-43

O livro da Sabedoria é da autoria de um judeu que vivia na diáspora, fora do território de Israel, na cidade de Alexandria, no Egito. Cronologicamente, é o último livro do Antigo Testamento, tendo o seu autor provavelmente ainda sido contemporâneo de Jesus Cristo.

Deus é-nos apresentado como alguém próximo e sumamente interessado no nosso bem, sendo justo e compassivo. A força de Deus omnipotente é usada com justiça e indulgência, dando aos pecadores sempre ocasião de arrependimento e conversão. Nunca agradeceremos suficientemente a bondade extrema que Deus nos oferece.

S. Paulo fala-nos da nossa comunicação com Deus, da oração, que encerra um profundo mistério. Como é que uma simples criatura pode comunicar com Deus infinito? Com que tipo de linguagem nos podemos fazer entendidos por Deus? O nosso balbuciar infantil como pode estar à altura da sabedoria infinita do Senhor do céu e da terra? É que «o Espírito Santo vem em auxílio da nossa fraqueza» e «intercede por nós», misteriosamente, «com gemidos inefáveis». Não somos nós que subimos até Deus. É o próprio Deus que desce até nós, pelos degraus, humildes e confiantes, da nossa oração.

A parábola de Jesus sobre o trigo e o joio tem plena atualidade no mundo de hoje. Felizmente não faltam pessoas boas como o trigo. Mas o joio da maldade humana aproveita a escuridão da noite do pecado para impor a sua presença e ação. A tentação do eficientismo é arrancar o joio, esmagar o mal, ou seja, eliminar os maus. Mas o que Jesus nos pede é ter paciência, saber esperar, deixar que o nosso amor seja estímulo de conversão para quem anda por maus caminhos. Somos felizes porque Deus assim procede connosco, com paciência amorosa, dando-nos sempre novas ocasiões de convertermos a nossa percentagem de joio em trigo de qualidade.

As parábolas do pequenino grão de mostarda e do fermento que se junta à massa apresentam-nos belas imagens do crescimento do reino de Deus. A qualidade vale mais que a quantidade. A Igreja de Cristo, a que felizmente pertencemos, pode parecer perdida num mundo indiferente ou até adverso. Mas tem a força do fermento que não vem de nós, mas do Senhor Jesus, que continua vivo e ativo no meio de nós: «Eu estarei sempre convosco até ao fim dos tempos».

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