segunda-feira, 23 de novembro de 2020

Medidas contra liberdade religiosa sob pretexto da pandemia: Vaticano reage


 Reportagem local - publicado em 23/11/20

Dom Janus denunciou também a "disseminação do desprezo" para com as comunidades religiosas

Medidas contra liberdade religiosa sob pretexto da pandemia foram questionadas e denunciadas pelo Vaticano junto à OSCE (Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa).

A entidade organizou em Viena, nos dias 9 e 10 de novembro, o encontro “Liberdade de Religião ou Credo”, do qual participou dom Janus Urbanczyk na qualidade de observador permanente da Santa Sé junto àquela entidade.

Dom Janus, que é polonês, chamou fortemente as atenções dos legisladores para as consequências das medidas restritivas ao culto religioso, determinadas no contexto da pandemia de covid-19. Ele reforçou a relevância do apoio, da solidariedade e da esperança que a fé oferece em tempos de crise:

“As diversas medidas impostas pelos países para combater a pandemia da covid-19 têm tido consequências profundas na liberdade de manifestar a própria religião ou crença e têm limitado as atividades religiosas, educacionais e caritativas das comunidades religiosas”.

Além disso, ele denunciou situações não relacionadas com a pandemia, como leis e decretos que limitam o direito de contratar ou demitir pessoas de acordo com as suas opiniões. Ele também criticou as “atitudes negativas em relação às religiões e aos crentes”, bem como a tendência a “relegar as religiões à esfera individual, despojando-as do seu papel legítimo na esfera pública”.

Dom Janus afirmou que existe uma “disseminação do desprezo” para com as comunidades religiosas, que promove conteúdos de “incitação ao ódio” contra padres e religiosos com base em generalizações absurdas, além da “promoção da irreverência” ou de “representações provocatórias” de símbolos religiosos, supostamente em nome da liberdade artística ou de expressão.

A propósito da liberdade religiosa, ele afirmou que os países não têm o direito de interferir. Por fim, ele recordou que, num mundo muito secularizado, a liberdade religiosa continua sendo direito muito importante a ser protegido.

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