terça-feira, 26 de julho de 2011

Fernando Pessoa

"Um dia a maioria de nós irá separar-se. Sentiremos saudades de todas as conversas atiradas fora,das descobertas que fizemos, dos sonhos que tivemos, dos tantos risos e momentos que partilhámos.
Saudades até dos momentos de lágrimas, da angústia, dasvésperas dos fins-de-semana, dos finais de ano, enfim...do companheirismo vivido.
Sempre pensei que as amizades continuassem para sempre.
Hoje já não tenho tanta certeza disso.
Em breve cada um vai para seu lado, sejapelo destino ou por algumdesentendimento, segue a sua vida.
Talvez continuemos a encontrar-nos, quem sabe... nas cartas que trocaremos.
Podemos falar ao telefone e dizer algumas tolices... Aí, os dias vão passar, meses... anos... até este contacto se tornar cada vez mais raro.
Vamo-nos perder no tempo...

Um dia os nossos filhos verão as nossas fotografias e perguntarão: Quem são aquelas pessoas?
Diremos... que eram nossos amigos e... isso vai doer tanto!
- Foram meus amigos, foi com eles que vivi tantos bons anos da minha vida!
A saudade vai apertar bem dentro do peito. Vai dar vontade de ligar, ouvir aquelas vozes novamente...

Quando o nosso grupo estiver incompleto... reunir-nos-emos para um último adeus a um amigo.
E, entre lágrimas, abraçar-nos-emos. Então, faremos promessas de nos encontrarmos mais vezes daquele dia em diante.
Por fim, cada um vai para o seu lado para continuar a viver a sua vida isolada do passado.
E perder-nos-emos no tempo...
Por isso, fica aqui um pedido deste humilde amigo: nãodeixes que a vida passe em branco, e que pequenas adversidades sejam a causa de grandes tempestades...

Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!"

"O valor das coisas não está no tempo em que elas duram,
mas na intensidade com que acontecem
Por isso existem momentos inesquecíveis,
coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis"

1 comentário:

Jorge Ribeiro disse...

Este texto é de grande beleza. É triste, os olhos ficam húmidos ao lê-lo, mas corresponde à realidade. A vida é dura, ou melhor é frequentemente uma luta pela sobrevivência, as responsabilidades são pesadas, temos de estar "à altura" das circunstâncias, e somos levados a "esquecer" a importância da manutenção dos antigos laços de amizade. Muito obrigado pelo texto. Só uma pergunta - a referência a Fernando Pessoa significa que é ele o autor ou simplesmente que inspirou o autor do texto? Jorge Ribeiro, belodente@gmail.com