sexta-feira, 31 de julho de 2020

MEDITAÇÃO DIÁRIA Sex, 31 – Santo Inácio de Loiola (Memória)


Não é Ele o filho do carpinteiro? (Evangelho)

As pessoas da terra de Jesus, em vez de rejubilarem com o facto de um conterrâneo seu ter grande sabedoria e fazer milagres, ficaram escandalizadas porque ele era filho de um carpinteiro. Nós, em Portugal, também temos uma expressão parecida, quando não queremos ouvir umas verdades sobre nós próprios. Dizemos: «Mas que é ele (ou ela) para me vir agora com estas coisas?» Querido leitor, hoje reze pelo seu discernimento e humildade.

quinta-feira, 30 de julho de 2020

MEDITAÇÃO DIÁRIA Qui, 30 – Semana XVII do Tempo Comum

Jer 18, 1-6 / Slm 145 (146), 2abc.2d-4.5-6 / Mt 13, 47- 53

Feliz o homem que tem por auxílio o Deus de Jacob. (Salmo)

Deus auxilia-nos sempre que nós pedimos. Pode é demorar muito tempo. Mas não devemos desistir de pedir. E usar todos os meios. Se pedirmos com força, Deus ajuda-nos com força. E aquilo em que Deus nos ajuda mais é na vinda do Espírito Santo sobre nós. Mas Deus também nos dá força. Muita força. É essa a minha experiência. Deus e Nossa Senhora. Como já disse ao leitor há uns dias, Nossa Senhora é uma intercessora poderosíssima. O leitor peça-lhe forças.

A PANDEMIA E OS MAIS VELHOS


Nota da Comissão Nacional Justiça e Paz

Enganam-se os que pensam que só nascemos uma vez.
Para quem quiser ver a vida está cheia de nascimentos.
(...)
Nascemos muitas vezes naquela idade
onde os trabalhos não cessam, mas reconciliam-se
com laços interiores e caminhos adiados.
(...)
Nascemos nos gestos ou para lá dos gestos.
Nascemos dentro de nós e no coração de Deus.
O que Jesus nos diz é:
"Também tu podes nascer",
pois nós nascemos, nascemos, nascemos.

(José Tolentino de Mendonça)

       São os mais velhos as principais vítimas da COVID 19 e esse facto veio trazer ao de cima um problema existente...  nomeadamente aqueles que estão ”confinados” em lares, impedidos, face aos riscos de contaminação, de receber visitas dos seus familiares. Ainda mais sós, portanto. Mas também todos os outros que subitamente, quase que em sobressalto, passaram a fazer parte desta enorme categoria sanitária/sociológica de grupo de risco. Subitamente bloqueados, pelo dever de proteção, neste gigantesco bloco catalogado de quase intocáveis.

   Estes tempos alertam-nos para o facto de termos de refletir seriamente sobre as condições de vida e de participação dos mais velhos. Sobre o que é ser “mais velho”.  Os velhos não são para “deitar fora” porque já não são úteis na denominada vida ativa. Os velhos “nascem dentro de si e no coração de Deus”. Os mandamentos alertam-nos para que devemos “honrar pai e mãe”, temos o dever de proteção

  Será que os honramos remetendo-os a depósitos onde não há convivência entre gerações, onde deixam de poder ser ativos, meros “utentes” de instituições? Será que os honramos colocando-os num grupo artificialmente homogéneo dos que “chegaram ao fim da vida” e já não têm forma de participar e contribuir para o bem estar da sociedade a que pertencem? 

  A mais recente classificação etária da OMS (Organização Mundial da Saúde) apresenta uma nova abordagem à 3ª idade: Considera a fase dos 66-79 como “meia idade”, os idosos são aqueles que se situam entre 80 e os 99, e os “idosos de longa vida” são os que ultrapassam a meta dos 100 anos. Esta classificação demonstra-nos que a referida “meia idade” é uma idade bem ativa e que, infelizmente, tem sido ignorada. Muitas pessoas desta idade continuam ativas nos diversos sectores da sociedade (que lhes são consentidos), nomeadamente em importantes atividades de voluntariado; tantas fazem trabalho invisível (de que é exemplo os cuidados que prestam a familiares), mas a tantas é negada a possibilidade de continuar a participar ativamente na sociedade; ninguém pode ser “desperdiçado”. Todos são fundamentais para a construção de uma sociedade mais justa e inclusiva. É urgente pensarmos nesta ordem de questões e encontrar alternativas. Para que um dia o nosso coração culpabilizado não se sobressalte.

Aqueles que se situam entre os 80 e 99 anos e, mesmo acima dos 100 anos, os realmente “idosos”, têm o direito de levar um fim de vida feliz e em plenitude sem se sentirem culpabilizados por dar trabalho às gerações mais novas. Mas todos, estes e os da “meia idade”, são cidadãos de pleno direito, com direitos e com deveres, com responsabilidades na construção da casa comum. Este papel, não pode nem deve ser retirado, sob pena de ficarmos coletivamente mais pobres.

Temos de pensar em alternativas e já há conhecimento de experiências bem interessantes que vão sendo postas em prática um pouco por todo o mundo. Soluções mais humanizadas de combate ao isolamento que, numa perspetiva inter-geracional,  permitem que jovens estudantes, a troco de alojamento, acompanhem os mais velhos que assim permanecem na sua casa; ou construção de unidades residenciais autónomas, onde as comuns atividades do quotidiano são garantidas: alimentação, saúde, lazer, etc. Soluções mais integradoras na vida ativa, pela diversificação de postos de trabalho e de novas áreas e perfis funcionais, pelo desdobramento de horários de trabalho. Os mais velhos são muito diversos e as políticas públicas têm que o contemplar. Desde a  garantia de um número suficiente de unidades de cuidados continuados e paliativos que garantam um final de vida digno para os mais velhos, a reformas/pensões suficientes e justas que permitam autonomia de vida, a modelos concretos organizativos que possibilitem a sua participação ativa . É preciso pensar noutros termos  de forma a não excluir os mais velhos.

Estejamos atentos aos mais velhos e digamos, ao jeito de Jesus: “também tu podes nascer”. São cidadãos de parte inteira como nós. Têm o direito a ter voz e a dizer-nos como querem viver os últimos anos da sua vida. A eles devemos quem somos hoje. Deixemos que eles nos digam: “Nós nascemos, nascemos, nascemos”. E respondamos a esta sua interpelação.

                               Lisboa, 27 de julho de 2020
                         A Comissão Nacional Justiça e Paz

quarta-feira, 29 de julho de 2020

Dois tipos de graças “aparentemente pequenas”, mas pelas quais Deus nos salva

“Se ouvirmos a voz de Deus quando nos inspira uma mortificação em determinadas circunstâncias, veremos grandes frutos de santidade em nós”

São Cláudio de la Colombière, em seu “Diário Espiritual”, afirma que a graça de Deus é
.
Ele prossegue afirmando que há dois tipos de graças, aparentemente pequenas,
- Uma é a luz que nos revela uma verdade: devemos acolhê-la cuidadosamente e cuidar de que não se extinga por nossa culpa; devemos utilizá-la como regra em todas as nossas ações, ver aonde nos leva etc.
- Outra é o movimento que nos leva a fazer determinada ação virtuosa numa ou noutra ocasião; devemos ser fiéis a estes movimentos, porque tal fidelidade é, por vezes, o núcleo da nossa felicidade.
E conclui:
“Se ouvirmos a voz de Deus quando nos inspira uma mortificação em determinadas circunstâncias, veremos grandes frutos de santidade em nós; pelo contrário, o desprezo desta pequena graça poderia ter consequências funestas, como acontece aos favoritos caídos em desgraça por serem complacentes em coisas pequenas”.

MEDITAÇÃO DIÁRIA Qua, 29 – Santa Marta (Memória)

Jer 15, 10.16-21 / Slm 58 (59), 2-3.4-5a.10-11.17 / Mt 13, 44-46

O reino dos Céus é semelhante a um negociante que procura pérolas preciosas. (…) foi vender tudo quanto possuía e comprou essa pérola. (Evangelho)

Até hoje, nunca tinha posto a hipótese de a venda de «tudo quanto possuía» ter custado ao negociante. Mas se calhar não foi fácil. A sua cabeça sabia que valia a pena. Mas o seu coração seguiu logo a sua cabeça? Será que era um homem de muito pensar ou de «repentes»? E depois não terá tido pena? Jesus alerta-nos para estas duas tentações: para não hesitarmos e para não olharmos para trás. Peçamos essa graça.

terça-feira, 28 de julho de 2020

Covid-19: Vaticano lança campanha de abraços para os mais velhos

«Respeitar o distanciamento não significa aceitar um destino de solidão e de abandono» – Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida

Cidade do Vaticano, 27 jul 2020 (Ecclesia) – O Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida (Santa Sé) lançou hoje uma campanha de abraços, físicos e virtuais, para os mais velhos, inspirado pela intervenção do Papa, este domingo, sobre o Dia dos Avós.

“É possível vencer o isolamento dos idosos também respeitando rigorosamente as normas de saúde em matéria de Covid-19. A pandemia atingiu particularmente os idosos e debilitou os já fracos vínculos entre as gerações, mas respeitar o distanciamento não significa aceitar um destino de solidão e de abandono”, assinala um comunicado do organismo da Cúria Romana, enviado à Agência ECCLESIA.

A campanha “Cada idoso é teu avô” convida os jovens de todo o mundo a fazer “um gesto de ternura para com os idosos que se sentem sozinhos”.

A nota destaca os testemunhos que chegam de várias comunidades católicas, que multiplicaram contactos telefónicos, via web, redes sociais – “até serenatas para os hóspedes das casas de repouso” – realizados por jovens, para impedir a solidão de muitas pessoas forçadas pela pandemia a permanecer em suas casas ou fechadas em lares.

Nesta fase da campanha, para respeitar as normas sanitárias em vigor nos diferentes países, o convite é o de “reunir virtualmente os idosos mais solitários do bairro ou da paróquia e enviar-lhes um abraço, como o Papa pediu, por meio de uma ligação telefónica, uma videochamada ou uma imagem”.

“Onde for possível – ou quando a emergência sanitária permitir -, convidamos os jovens a tornar o abraço ainda mais concreto, indo ao encontro dos idosos pessoalmente”, acrescenta o Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida.

A iniciativa tem associada a hashtag #sendyourhug e os posts mais significativos vão ser divulgados nas contas de redes sociais do organismo do Vaticano, @laityfamilylifedisse.

Este domingo, o Papa assinalou o Dia dos Avós, na memória litúrgica de São Joaquim e Santa Ana, avós de Jesus, pedindo atenção especial aos mais velhos, particularmente atingidos pela pandemia.

“Caros jovens, cada um destes idosos é vosso avô, não os deixem sós. Usai a fantasia do amor- telefonemas, videochamadas, mensagens-, escutai-os e, onde for possível – no respeito pelas normas sanitárias –, visitai-os. Enviai-lhes um abraço, eles são as vossas raízes”,

OC 

MEDITAÇÃO DIÁRIA Ter, 28 – Semana XVII do Tempo Comum

Jer 14, 17-22 / Slm 78 (79), 8.9.11.13. / Mt 13, 36-43

Aquele que semeia a boa semente é o filho do homem. (Evangelho)

Jesus lança a boa semente e, por sua vez, nós também lançamos. Nós não lançamos os filhos do Reino, como Jesus faz, mas lançamos sementes do Reino na nossa relação uns com os outros. Essas relações não podem ser ao calhas e ao sabor do nosso apetecer momentâneo. Têm de ser relações a pensar no outro. Por exemplo, tenho visto pessoas estarem mal numa refeição por estarem com uma educação excessiva para aquele ambiente, assim como a situação contrária. Hoje peçamos a Deus o dom da empatia.

segunda-feira, 27 de julho de 2020



MEDITAÇÃO DIÁRIA Seg, 27 – Semana XVII do Tempo Comum

Jer 13, 1-11 / Deut 32, 18-19.20.21 / Mt 13, 31-35

Sendo a menor de todas as sementes, depois (...) é a maior de todas as hortaliças. (Evangelho)

O reino dos Céus tem pequenos começos. Um escritor desconhecido que está a escrever uma obra-prima. Um pequeno gesto que salvou uma vida. Uma canção que deu sentido à vida de milhares de pessoas. Também as nossas vidas estão cheias de momentos mínimos que nos enchem infinitamente ou que nos deixam uma sede imensa de infinito. Mas o momento mais belo é aquele momento minúsculo em que encontramos Deus…

domingo, 26 de julho de 2020

Portugal: Igreja Católica assinala Dia dos avós

«Sociedade que não protege, não cuida, não admira os mais velhos, está condenada ao fracasso», alertam bispos
Lisboa, 25 jul 2020 (Ecclesia) – A Igreja Católica vai promover celebrações e iniciativas culturais para assinalar o Dia dos Avós, na festa litúrgica de São Joaquim e de Santa Ana, os avós de Jesus, este domingo, destacando a importância de respeitar os mais velhos.

“Uma sociedade que não protege, não cuida, não admira os mais velhos, está condenada ao fracasso”, afirma a Comissão Episcopal do Laicado e da Família, da Conferência Episcopal Portuguesa, na mensagem para o Dia dos Avós 2020.

Os bispos católicos salientam que o Dia dos Avós “é uma oportunidade para dar graças, abraçar e celebrar a presença dos avós no passado e no presente, ir às próprias raízes e descobrir neles a ternura e o amor de Deus”.

A Comissão Episcopal do Laicado e Família (CELF) convida a sociedade a celebrar o “tesouro” que os avós representam, em particular perante a atual pandemia.

“Neste tempo que vivemos, precisamos de o dizer de forma clara, de o defender de forma assertiva. E os tesouros são protegidos, tocados com cuidado e admiração. Uma sociedade que não protege, não cuida, não admira os mais velhos, está condenada ao fracasso”, refere o organismo episcopal.

A CELF destaca a importância do “testemunho concreto e real de outros tempos, tantas vezes marcados por dificuldades, lutas e carências”.

“Talvez sintamos a vontade de correr para os braços de um avô velhinho, de uma avó sozinha. Ou de rezar por quem já partiu. Ou de contar a um filho, a uma neta, a história dos avós, dos bisavós, de todos os que nos deram a vida”, acrescenta a mensagem.
"O dia dos avós é uma oportunidade para dar graças, abraçar e celebrar a presença dos avós no passado e no presente, ir às próprias raízes e descobrir neles a ternura e o amor de Deus”.
Na Diocese da Guarda, a festa litúrgica de São Joaquim e de Santa Ana, pais de Nossa Senhora e avós de Jesus, vai ser celebrada em Seia, numa iniciativa do Departamento Diocesano da Pastoral da Família, a partir das 10h30, na igreja de Nossa Senhora do Rosário.

Para além da Eucaristia, com a participação do Grupo Coral Nossa Senhora da Assunção de Seia, vai ser divulgada a mensagem de D. Manuel Felício para o Dia dos Avós, onde assinala que os avós “são chamados a desempenhar “no crescimento e na educação dos netos”.

“Educar bem uma criança, um adolescente ou um jovem não pode consistir apenas em lhes apresentar códigos de conduta, implica compreender e assimilar valores essenciais em ordem a uma vida equilibrada e com projeto”, observa.

O Santuário de Fátima convida todos os avós a “consagrarem-se a Nossa Senhora”, este domingo, no final da Missa das 11h00, no Recinto de Oração na Cova da Iria.

A Irmandade dos Clérigos, na Diocese do Porto, desafia avós e netos a descobrirem a sua torre e museu numa visita onde as duas gerações “podem experienciar e partilhar conhecimentos”, às 10h30 e às 17h00, deste domingo.

Em Santarém, o Museu Diocesano “associa-se às comemorações do Dia dos Avós – Dia de São Joaquim e Santa Ana”e aos 100 anos do nascimento de Amália Rodrigues com “um belo final de tarde com fados”

A iniciativa ‘Fado no Pátio’ conta com “os amigos fadistas: Natália Ferreira e José Neves, acompanhados na guitarra portuguesa e na viola, por Diogo Ferreira e Rui Girão, respetivamente”, entre as 16h30 e as 18h30, deste domingo, com lotação limitada, “para garantia da segurança entre todos os participantes” e os lugares podem ser reservados ( telefone 243304065 ou email geral@museudiocesanodesantarem.pt).

CB/OC

A Associação Famílias incentiva que se aproveite o ‘Dia Nacional dos Avós para “exigir um maior respeito, atenção e carinho”, assinalando que atual situação pandémica realçou aspetos que merecem “séria reflexão”, lembrando que este dia é comemorado em Portugal por decisão do Parlamento aprovada a 22 de maio de 2003.

MEDITAÇÃO DIÁRIA Dom, 26 – Domingo XVII do Tempo Comum – Ano A

1 Rs 3, 5.7-12 / Slm 118 (119), 57.72.76-77.127-130 / Rom 8, 28-30 / Mt 13, 44-52

O primeiro livro dos Reis apresenta-nos um personagem central na história de Israel: o rei Salomão, que sucedeu a seu pai David. O seu nome significa «paz», «prosperidade», e é citado cerca de 300 vezes no Antigo Testamento. No início da sua governação, Deus apareceu-lhe em sonhos e convidou-o a exprimir um desejo, com a garantia de que lhe concederia o que pretendia: «Dai ao vosso servo um coração inteligente, para governar o vosso povo, para discernir o bem do mal». Deus mostrou-Se muito agradado com este tipo de pedido, solícito pelo bem do seu povo, sem pensar em lucros pessoais, como seriam riquezas e vitórias sobre os inimigos. O Senhor lhe concedeu em abundância o que pedia, a ponto de se tornar proverbial a sabedoria de Salomão.

Esta prece é um modelo para as nossas orações. Ultrapassemos as pequenas coisas que nos preocupam, centrados em nós mesmos, e abramos o nosso coração às grandes intenções da Igreja e da família humana.

S. Paulo recorda-nos uma verdade que nos enche de consolação e esperança: «Deus concorre em tudo para o bem daqueles que O amam». Ou seja, não nos devemos preocupar com que tudo corra fácil e segundo os nossos gostos. Devemos antes ocupar-nos em amar a Deus, «com toda a alma, com todo o coração e com todas as forças». Tudo o mais virá por acréscimo. Este amor fundamental é que nos dá força para ultrapassar obstáculos e dificuldades. Só este amor de Deus é que nos torna vencedores, aconteça o que acontecer, e nos salva.

Com as suas parábolas, Jesus exorta-nos a saber arriscar tudo pelo precioso tesouro que é o reino de Deus, a Boa Nova da salvação. A tentação comum é querer ter tudo, sem nos desfazermos de nada. Algo como alguém querer ganhar um alto prémio na lotaria, mas sem arriscar a compra de um bilhete. É preciso saber investir, perdendo para depois poder ganhar. É a lei que Jesus nos deixa no Evangelho.

O progresso humano e espiritual, que Deus nos pede, pode ser visto sob esta perspetiva: de que devo libertar-me para alcançar uma felicidade mais plena? De que preciso despojar--me para alcançar uma liberdade maior, um amor mais puro, uma melhor capacidade de fazer o bem? Não se trata de perder bens e energias, mas de investir numa melhor qualidade de vida pessoal e apostólica.

sábado, 25 de julho de 2020

MEDITAÇÃO DIÁRIA Sáb, 25 – S. Tiago, Apóstolo (Festa)

2 Cor 4, 7-15 / Slm 125 (126), 1-2ab.2cd-3.4-5.6 / Mt 20, 20-28

Os grandes fazem sentir sobre elas [as suas nações] o seu poder. (Evangelho)

Os interesses das nações mais poderosas da Terra e das farmacêuticas que estão a pensar comercializar a vacina contra a covid-19 podem levar a que os pobres (miseráveis?) dos países com poucos recursos saiam muito prejudicados na distribuição da vacina. Para que eles fossem contemplados, talvez se pudesse ter critérios mais evangélicos na distribuição da vacina. Mas quem é que está disposto a abdicar dos privilégios do seu país poderoso ou dos seus lucros para que uns miseráveis tenham a vacina?

sexta-feira, 24 de julho de 2020

MEDITAÇÃO DIÁRIA Sex, 24 – Semana XVI do Tempo Comum

Jer 3, 14-17 / Jer 31, 10.11-12ab.13 / Mt 13, 18-23

Quando um homem ouve a palavra do Reino e não a compreende vem o Maligno. (Evangelho)

Este compreender é um compreender com o coração. Não compreender é não acolher. Mas acolher pode só querer dizer ter a palavra do Reino dentro de nós, como que adormecida, até que chega um dia e aquela palavra acorda e atua em nós. Ou nós atuamos ao som dela. Pode demorar uns dias ou anos, ou mesmo muitos anos. Pode implicar um grande empurrão de Deus. O importante é que foi uma palavra que começámos por compreender.

quinta-feira, 23 de julho de 2020

MEDITAÇÃO DIÁRIA Qui, 23 – Santa Brígida (Festa)

Gal 2, 19-20 / Slm 33 (34), 2-11 / Jo 15, 1-8

A glória de meu Pai é que deis muito fruto. (Evangelho)

O leitor dá muito fruto? Glorifica a Deus? Dar glória a Deus é, por exemplo, ser rigoroso ao mesmo tempo que se é generoso. Li num jornal que um dos mais importantes administradores de empresas do mundo reservava na sua agenda diária duas horas para imprevistos. Em meu entender, isto é um exemplo de generosidade e rigor. Está ao dispor – naturalmente, de coisas muito importantes que lhe apareçam – e já as tem previstas de antemão. Hoje em dia, dizer-se que se está sempre a correr dá «status». Quem não diz que trabalha muito é mal visto. Mas trabalhar muito não é um fruto do reino dos Céus.

quarta-feira, 22 de julho de 2020

OXALÁ APRENDÊSSEMOS DE MARIA MADALENA A ARTE DE CORRER


No dia 3 de junho de 2016, por pedido expresso do Papa Francisco, a Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos decretou que a celebração de Santa Maria Madalena seria elevada no Calendário romano geral de memória obrigatória a festa. Apesar dos cochichos sobre quem era esta mulher e o quanto se gosta de indagar sobre a sua possível profissão, o documento ousa chamá-la algo muito mais interessante: apostola apostolorum. O que é que isto quer dizer? Quais são as implicações desta frase enigmática que apesar de estar em latim nos pode soar a chinês? Que podemos aprender de Santa Maria Madalena sobre o que significa ser apóstolo em geral e membro desta rede mundial de apóstolos da oração em particular?

No princípio era o Verbo [sem corretor automático]

Há uma coisa que me deixa triste. Se escrevermos a palavra apóstola no Microsoft Word, o corretor automático não tarda em sublinhar a palavra como errada. Não inventei este argumento para comprar simpatias. São Gregório Magno, Papa do final do século VI, descreveu Maria Madalena como a primeira testemunha da divina misericórdia (Homiliae in evangelia, 11, 25, 10). Ora, quando uma testemunha ocular do ministério de Cristo e da sua Ressurreição é instruída diretamente por Cristo a anunciar legitimamente a boa nova da ressurreição (cf. Atos 1, 15-26; 1 Coríntios 9, 1-2; 15, 7-8; 2 Coríntios 12, 12; Gálatas 1) então podemos chamar-lhe de apóstolo em pleno direito. Neste sentido, São Tomás de Aquino afirmou com toda a legitimidade que Maria Madalena era a apóstola dos apóstolos (In Ioannem evangelistam expositio, III, 6). Ainda bem que naquele tempo ainda não havia corretor automático…

Recordemos aqui a cena evangélica de que estamos a falar (Jo 20, 1-18). O Senhor Jesus, após a sua morte e sepultura, não se encontrava no túmulo. Ao dar-se conta da ausência do seu corpo no sepulcro estranhamente aberto, Maria Madalena correu a dizer a Pedro e ao discípulo amado que o corpo do Senhor desaparecera. Ambos correm até ao sepulcro. Pedro e o discípulo amado regressam e fica apenas Maria, ao pé do sepulcro, a chorar o seu Senhor. A cena continua. Depois de conversar com uns anjos, Maria é encontrada pelo ressuscitado mas não O reconhece. Volta-se para Ele e, pensando que era o jardineiro, pergunta-lhe onde colocou o corpo daquele que ali estava sepultado. Depois de uns instantes de conversa, o aparente jardineiro chama Maria pelo seu nome. Reconhecendo o timbre ressuscitado de Cristo, Maria volta-se de novo para Ele e deixa-se enviar novamente aos discípulos. Corre e diz-lhe: Vi o Senhor!

Habitualmente, os estudiosos da Sagrada Escritura chamam à atenção para a repetição do termo ‘voltar-se’. Maria volta-se duas vezes para Jesus. Esta repetição parece evocar a de uma conversão progressiva do olhar até se tornar capaz de reconhecer quem era Aquele que lhe dizia: “Mulher, porque choras? (…) Maria! (…) Não me toques, porque ainda não subi para o Pai. Mas vai ter com os meus irmãos e diz-lhes: subo para o meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus”. Em paralelo com esta afirmação exegética, sobre a função da repetição da palavra ‘voltar-se’, gostava de chamar à atenção para os dois modos de correr de Maria.

Sobre dois modos de correr

Neste capitulo 20 de São João, Maria é apresentada duas vezes em movimento desde o sepulcro; uma no v. 2 e outra no v. 18. Na primeira afirma-se claramente que ela corre, já na segunda a afirmação não é explícita mas a sua ocorrência é muito plausível. Qual de nós, sendo visitado por alguém que ressuscitou dos mortos e nos envia a ir anunciar este acontecimento, sai de passo lento e ponderado? Visitada de modo tão surpreendente, não pode ser sem alguma velocidade que interpretamos a expressão: “Maria Madalena foi”.

Ora, gostava agora que focássemos a atenção sobre a palavra ‘correr’ usada no versículo 2 e o termo ‘vai’ dito por Jesus no versículo 17 ao enviar Maria à sua nova corrida. Por um lado, a palavra ‘correr’ aparece no original grego (τρέχει) como um verbo no presente do indicativo ativo. Trata-se portanto de um ato que começa e termina no sujeito, toda a atividade depende de Maria e está centrada nela. Maria não sabe onde está o corpo de Jesus, desespera e corre. A ação começa e termina na sua pessoa, nas suas questões e desejos individuais. Por outro lado, o imperativo de Jesus a Maria Madalena – ‘vai’ – aparece no original grego (πορεύου) com uma forma gramatical que nos pode soar muito estranha. Trata-se de um verbo no presente imperativo da voz média. Voz média? Que vem a ser a voz média?

A voz média é um resquício muito antigo das línguas indo-europeias que se conservou no grego clássico – no qual está escrito o Novo Testamento. Trata-se de uma das três vozes (ativa, média e passiva) cujo significado tem uma grande riqueza, de difícil tradução para as nossas línguas modernas. Comecemos por dizer que a voz passiva (ex. ‘um livro foi comprado pelo João’ em vez da forma ativa ‘o João comprou um livro’) é uma formulação muito tardia nas línguas indo-europeias. Mais ainda, de acordo com os estudos linguísticos de Jean Humbert na sua Syntaxe Grecque (1963), sabemos que a voz passiva se desenvolveu com base na voz média, tendo causado o seu progressivo desaparecimento. Portanto, mantém-se a pergunta, em que consiste a voz média? Pode ela ajudar-nos a compreender as palavras de Jesus e a missão de Maria?

O fabuloso destino da voz média e a missão de apóstola de Maria Madalena

Cada voz tem um destino. A voz ativa destina-se a colocar o centro no sujeito, a voz passiva destina-se a dar o centro ao objeto sobre o qual se atua; e a voz média? Para os primeiros gramáticos gregos, a voz média representa uma convergência dos sentidos ativo e passivo, no qual a fala que começa no sujeito entra em relação com outro e a ele retorna. Donde podemos concluir que a voz média destina-se a colocar o enlevo na relação iniciada pelo sujeito com o sujeito ao qual se dirige. Sim, desenha-se como uma relação de sujeitos que, sob a iniciativa de um, estão em colaboração.

Torna-se, portanto, digno de muita atenção olhar com cuidado para este imperativo do Senhor: ‘ide’. Jesus manda mas manda como quem pede. Manda pedindo colaboração, envia uma pessoa livre que não corre por ativismo ou coação. A missão nasce do encontro pessoal que a autoriza, que a torna também coautora do Evangelho. O mandato de Cristo a Maria Madalena não se dá num tipo de relação instrumental – preciso de trabalhadores para a minha causa – mas de amor cooperativo. Há muita mais poesia nesta formulação, há mais frescura evangélica neste modo de ler o envio do Senhor Jesus para a missão.

Eventualmente a separação gramatical ativo-passivo fez-nos gerar uma linguagem espiritual que nos caracterizava a nós como instrumentos nas mãos do Senhor. Nada há de necessariamente errado nesta linguagem, mas pode correr o risco de nos tornar em realidades passivas quando o Senhor deseja convidar-nos à missão mediante o exercício da nossa liberdade e não apenas das nossas capacidades executivas. Neste sentido, o envio apostólico de Maria Madalena pode despontar como um modo de reaprendermos três coisas:

1. Todos os batizados, e não apenas os religiosos ou membros do ministério ordenado, receberam a tradição apostólica em virtude de uma relação pessoal e comunitária com Jesus Cristo no Espírito Santo;

2. Se nos queixamos como Igreja que os cristãos têm pouco espírito missionário não devemos olhar para as causas na falta de ativismo ou na ausência de passividade diante dos movimentos do Espírito, mas para a necessidade de renovarmos o exercício do nosso encontro pessoal com Cristo que deseja encontrar-se com cada pessoa sem violentar a sua liberdade;

3. Se sentimos que na nossa vida há pouco lugar para os outros, para os irmãos, para os pobres e para os excluídos, renovemos o nosso desejo de encontro com Cristo e isso determinará tudo. Oxalá aprendêssemos de Maria Madalena a arte de correr…

Miguel Pedro Melo, sj

Covid-19: Bispo partilha em livro experiência pessoal de sofrimento, fé e esperança

«Gostei sempre muito de uma pungente recolha de dez poesias, escritas por Cesare Pavese entre 11 de março e 10 de abril de 1950. Intitula-se “Virá a morte e terá os teus olhos”. Hoje, pensando naquilo que vivi e no quanto desejo fazer, animado por um premente sentido de restituição, posso, por minha vez, dizer: “Virá a vida e terá os seus olhos”, incluindo nesse olhar Deus, que esteve junto de mim, e todos aqueles a que conseguirei chegar com a minha pobre voz.»

. MEDITAÇÃO DIÁRIA Qua, 22 – Santa Maria Madalena (Festa)

Cant 3, 1-4 ou 2 Cor 5, 14-17 / Slm 62 (63), 2.3-4.5-6.8-9 / Jo 20, 1.11-18
Se alguém está em Cristo, é uma nova criatura. (1ª Leitura)

S. Paulo falava para convertidos. Muitos de nós, somos católicos desde o berço, mais concretamente desde o nosso batismo – assumindo que ele foi feito em bebé. Portanto, já somos «novas criaturas» desde pequenos. A partir daí, temos o nosso caminhar na vida da graça, com os normais tropeções, que, se forem bem aproveitados, nos fazem andar mais depressa. (Uma pessoa, quando tropeça, dá um passo mais rápido.) Quer dizer, um tropeção deve levar-nos mais para junto de Deus. Hoje proponho ao leitor que analise o ultimo «tropeção» que deu.

terça-feira, 21 de julho de 2020

MEDITAÇÃO DIÁRIA Ter, 21 – Semana XVI do Tempo Comum

Miq 7, 14-15.18-20 / Slm 84 (85), 2-4.5-6.7-8 / Mt 12, 46-50

Todo aquele que fizer a vontade de meu Pai que está nos Céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe. (Evangelho)

Jesus tem uma grande família, constituída por todos os que fazem o Reino, por todos os que fazem a sua vontade. Não entramos ou saímos da família de Jesus consoante fazemos a sua vontade. Somos da família de Jesus por normalmente fazermos a sua vontade. Em cada momento, fazer a vontade de Jesus é amar. Normalmente, não andamos sempre a pensar nisso. Mas, por exemplo, estacionar o carro de maneira a não perturbar o trânsito. O leitor já pensou nisso?

segunda-feira, 20 de julho de 2020


MEDITAÇÃO DIÁRIA Seg, 20 – Semana XVI do Tempo Comum

Miq 6, 1-4.6-8 / Slm 49 (50), 5-6.8-9.16bc-17.21.23 / Mt 12, 38-42

Mestre, queremos ver um sinal da tua parte. (Evangelho)

Às vezes, as alturas de muito sofrimento cegam-nos e, tal como o cisne, enterramos a cabeça, até ao pescoço, dentro das nossas penas. Queríamos ver algum sinal. Alguma luzinha ao fundo do túnel. Parece que Deus nos abandonou. Depois, à medida que vamos avançando ao longo do túnel, a luzinha vai aparecendo. O segredo é nunca deixarmos de andar pelo túnel fora. Mas se nos mantivermos com a cabeça enterrada nas penas, ficamos isolados de tudo, não podemos ver nem ouvir a Deus. Hoje o leitor peça a graça de enfrentar o sofrimento de alma aberta a Deus.

domingo, 19 de julho de 2020

MEDITAÇÃO DIÁRIA Dom, 19 – Domingo XVI do Tempo Comum – Ano A

Sab 12, 13.16-19 / Slm 85 (86), 5-6.9-10.15-16a / Rom 8, 26-27 / Mt 13, 24-43

O livro da Sabedoria é da autoria de um judeu que vivia na diáspora, fora do território de Israel, na cidade de Alexandria, no Egito. Cronologicamente, é o último livro do Antigo Testamento, tendo o seu autor provavelmente ainda sido contemporâneo de Jesus Cristo.

Deus é-nos apresentado como alguém próximo e sumamente interessado no nosso bem, sendo justo e compassivo. A força de Deus omnipotente é usada com justiça e indulgência, dando aos pecadores sempre ocasião de arrependimento e conversão. Nunca agradeceremos suficientemente a bondade extrema que Deus nos oferece.

S. Paulo fala-nos da nossa comunicação com Deus, da oração, que encerra um profundo mistério. Como é que uma simples criatura pode comunicar com Deus infinito? Com que tipo de linguagem nos podemos fazer entendidos por Deus? O nosso balbuciar infantil como pode estar à altura da sabedoria infinita do Senhor do céu e da terra? É que «o Espírito Santo vem em auxílio da nossa fraqueza» e «intercede por nós», misteriosamente, «com gemidos inefáveis». Não somos nós que subimos até Deus. É o próprio Deus que desce até nós, pelos degraus, humildes e confiantes, da nossa oração.

A parábola de Jesus sobre o trigo e o joio tem plena atualidade no mundo de hoje. Felizmente não faltam pessoas boas como o trigo. Mas o joio da maldade humana aproveita a escuridão da noite do pecado para impor a sua presença e ação. A tentação do eficientismo é arrancar o joio, esmagar o mal, ou seja, eliminar os maus. Mas o que Jesus nos pede é ter paciência, saber esperar, deixar que o nosso amor seja estímulo de conversão para quem anda por maus caminhos. Somos felizes porque Deus assim procede connosco, com paciência amorosa, dando-nos sempre novas ocasiões de convertermos a nossa percentagem de joio em trigo de qualidade.

As parábolas do pequenino grão de mostarda e do fermento que se junta à massa apresentam-nos belas imagens do crescimento do reino de Deus. A qualidade vale mais que a quantidade. A Igreja de Cristo, a que felizmente pertencemos, pode parecer perdida num mundo indiferente ou até adverso. Mas tem a força do fermento que não vem de nós, mas do Senhor Jesus, que continua vivo e ativo no meio de nós: «Eu estarei sempre convosco até ao fim dos tempos».

sábado, 18 de julho de 2020

MEDITAÇÃO DIÁRIA Sáb, 18 – S. Bartolomeu dos Mártires (Memória)

Miq 2, 1-5 / Slm 9 (10), 22-23.24-25.28-29.35 / Mt 12, 14-21

«Eis o meu servo, a quem Eu escolhi, o meu predileto, em quem se compraz a minha alma». (Evangelho)

O leitor é o servo, o filho de Deus, o predileto de Deus, em quem a alma de Deus se compraz. Saboreie esta expressão: «a alma de Deus compraz-se em mim». Saboreie, interiorize. São coisas que nós sabemos mas que nunca é demais absorver. Ponha-se na posição que quiser – de joelhos ou sentado ou no chão –, numa posição em que possa ter uma certa calma, e espalhe isto dentro de si.

terça-feira, 14 de julho de 2020

MEDITAÇÃO DIÁRIA Ter, 14 – Semana XV do Tempo Comum

Is 7, 1-9 / Slm 47 (48), 2-3a.3b-4.5-6.7-8 / Mt 11, 20-24

… em que se tinha realizado a maior parte dos seus milagres. (Evangelho)

Caro leitor, há poucos dias estive a considerar como, ao longo dos meus 60 anos de vida, Deus me pôs a mão por baixo numa série de circunstâncias aparentemente independentes mas que, vistas do alto destes 60 anos, formam uma linha contínua. Hoje o leitor medite, também, nas circunstâncias da sua vida e veja se consegue perscrutar as linhas contínuas da providência divina.

segunda-feira, 13 de julho de 2020


MEDITAÇÃO DIÁRIA Seg, 13 – Semana XV do Tempo Comum

Is 1, 10-17 / Slm 49 (50), 8-9.16bc-17.21.23 / Mt 10, 34 – 11, 1

Vim separar o filho de seu pai, a filha de sua mãe... (Evangelho)

No tempo de Mateus, esta separação era entre os cristãos e os não cristãos que denunciavam os cristãos das suas próprias famílias. Mas agora, sempre que há dissensões à volta da justiça, é como se as houvesse à volta de Cristo. Hoje em dia, o problema já não se põe entre crentes e não crentes mas entre íntegros e não íntegros. Peçamos a Deus pela nossa integridade.

domingo, 12 de julho de 2020

Ordinariato Castrense: D. Rui Valério destaca a «essência de herói» ao serviço da GNR

Bispo presidiu a exéquias fúnebres de militar, vítima de acidente na A1
Foto: GNR
Santarém, 11 jul 2020 (Ecclesia) – O bispo das Forças Armadas e de Segurança, D. Rui Valério, presidiu este sábado às exéquias fúnebres do militar da GNR Carlos Pereira, vítima de acidente na A1, e salientou “a essência de herói” no serviço por “Portugal e pelos portugueses”.

“Por Portugal e pelos portugueses, no cabal cumprimento da sua missão de Guarda derramou o seu sangue, deu a sua vida, entregou o melhor, o mais nobre e precioso de si”, disse o prelado na sua homilia.

D. Rui Valério apontou ainda a essência de herói fazendo um agradecimento.

“Encontramos aqui a essência do herói, a estatura do patriota, a substância do Guarda a servir a Pátria. Obrigado, Carlos, porque engrandeceste a Guarda e Portugal com a tua bravura, mas também com a tua lealdade e, sobretudo, com a dádiva de ti próprio”, afirmou. 

O prelado apontou ainda a esperança apesar do sofrimento da família, amigos e camaradas do comando territorial de Santarém.

“Caro Carlos, obrigado por teres perseverado nessa esperança que, antecipando os bens futuros, os torna presentes aqui e agora. E ter-te conhecido é a prova de que já possuímos o que ainda esperamos”, disse D. Rui Valério.

O Militar da GNR Carlos Pereira faleceu vítima do aparatoso acidente ocorrido na passada terça-feira, na A1 entre Torres Novas e Santarém, e as cerimónias fúnebres aconteceram este sábado na Igreja de Nossa Senhora de Alcáçovas, em Santarém.

SN

MEDITAÇÃO DIÁRIA Dom, 12 – Domingo XV do Tempo Comum – Ano A

Is 55, 10-11 / Slm 64 (65), 10-11.12-13.14 / Rom 8, 18-23 / Mt 13, 1-23

O profeta Isaías fala, em nome de Deus, ao seu povo, na segunda metade do século VI a.C. Encontra-se deportado e escravo na Babilónia. A tentação da desilusão quanto ao Deus de Israel é grande, pois parece que perdeu o seu poder e a sua palavra não tem qualquer efeito. Neste contexto dramático, faz-se ouvir uma voz profética de esperança: a palavra de Deus cumpre sempre o que promete. É como a chuva que cai na terra e sempre a irriga e torna fértil. Mas é preciso saber esperar o tempo justo da colheita, do cumprimento das promessas de Deus. Não é verdade que, por vezes, pretendemos pôr prazos a Deus, como que exigindo que Se adapte ao nosso calendário e agenda?

Um atleta não pode parar na consideração do seu suor e cansaço, quando corre para alcançar a meta. Tem de animar-se com a vitória que deseja conseguir, relativizando a sua canseira e dor. S. Paulo, escrevendo aos cristãos de Roma, recorda a todos nós um magnífico horizonte de esperança: «Eu penso que os sofrimentos do tempo presente não têm comparação com a glória que se há de manifestar em nós». E dá o elucidativo exemplo do que passaram as nossas mães ao dar-nos à luz: os seus sofrimentos tornaram-se insignificantes perante a maravilhosa alegria do nascimento de um seu filho. É esta a atitude, positivamente esperançosa, que cultivamos quando nos bate à porta uma provação, um problema, um insucesso?

É surpreendente ver Jesus que, sendo Deus, sabedoria infinita, comunica a sua boa nova por meio de parábolas, de imagens e histórias simples. Faz parte do mistério da encarnação do Verbo de Deus, que Se faz um de nós, traduzindo os mistérios divinos na linguagem simples de quem ama. Os rabis, os mestres contemporâneos de Jesus, afirmavam que uma parábola é como o pavio de uma candeia: algo simples e barato que, por mais fraco que seja, dá a luz suficiente que pode levar a descobrir um tesouro. As parábolas de Jesus, na sua simplicidade acessível, levam-nos ao encontro do tesouro que é a vontade de Deus a nosso respeito, a nossa salvação.

Nesta parábola de Jesus, sublinho que uma boa colheita não depende propriamente da habilidade do semeador ou da qualidade da semente. Cristo e a palavra de Deus são de inexcedível valor. O problema ou a solução está no nosso terreno: ser duro como um caminho; ter pouca profundidade; ter os obstáculos dos espinhos; ou então ser um terreno fértil. Humildemente devemos reconhecer que temos uma percentagem de todos estes tipos de terreno. Com realismo e com a graça de Deus, cumpre-nos ir melhorando sempre a qualidade do terreno do nosso coração.

sábado, 11 de julho de 2020

MEDITAÇÃO DIÁRIA Sáb, 11 – S. Bento, Padroeiro da Europa (Festa)

 Prov 2, 1-9 / Slm 33 (34), 2-3.4-5.6-7.8-9.10-11 / Mt 19, 27-29

Ele (...) guarda os passos dos seus fiéis. (1ª Leitura)

Quando não sentimos a necessidade da ajuda de Deus devemos perguntar-nos porquê. Será que, por a nossa vida nos correr bem, achamos que somos autossuficientes? Será que a nossa relação com Deus é só um compartimento, dentro da nossa vida, que não tem a ver com os outros compartimentos? Ou será que desesperámos? (Neste ou naquele ponto.) Mas reparemos que a ajuda de Deus, que é certa, é aquela que contribui para a nossa missão. Tal como aconteceu com Jesus e Nossa Senhora. Não é uma ajuda consoante interesses que não estão nos planos de Deus.

sexta-feira, 10 de julho de 2020

MEDITAÇÃO DIÁRIA Sex, 10 – Semana XIV do Tempo Comum

Os 14, 2-10 / Slm 50 (51), 3-4.8-9.12-13.14.17 / Mt 10, 16-23

Pela vossa grande misericórdia, apagai os meus pecados. (Salmo)

Deus perdoa os nossos pecados mas não os apaga, quer dizer, não os extirpa. Depois de nos arrependermos, temos de lutar contra o hábito, porque a raiz do pecado está lá. O arrependimento não são duas palavras; é o trabalho de desenraizar o pecado do nosso cérebro. Cada vez que há uma recaída, é como se tivesse aparecido uma nova raiz e é preciso cavar mais fundo, porque afinal ainda havia outra raiz. Hoje o leitor medite em como é o seu arrependimento.

Covid-19: D. José Traquina destaca «coragem» dos profissionais de saúde na resposta à pandemia

Presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana diz que Serviço Nacional de Saúde «é um grande bem», que deve chegar a toda a população
Foto: Lusa/EPA
Santarém, 09 jul 2020 (Ecclesia) – O presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana afirmou que o “Serviço Nacional de Saúde é um grande bem em Portugal”, destacando a “coragem” dos profissionais de saúde durante a atual pandemia.

“Foi notável e é preciso sublinhar a destreza, a coragem, dos profissionais de saúde em enfrentarem o medo para viverem estes momentos, aquilo que se dispuseram, alterar um programa de vida, deixar para trás direitos pessoais, porem em risco a sua própria saúde, a sua própria vida, e a sua família para viver a sua profissão”, disse D. José Traquina à Agência ECCLESIA.

O bispo de Santarém afirma a gratidão e reconhecimento por “essa consideração pela vida humana”.

Neste contexto, e quando na Assembleia da República se realizam audiências dedicadas aos cinco projetos de Lei sobre a legalização da eutanásia em Portugal, D. José Traquina assinala que “o médico se sente vitorioso quando defende a vida”, não a morte.

“É preciso conhecer o que é que são os cuidados paliativos. É qualquer coisa de espantoso em termos de bem para a pessoa, agora é preciso que funciona para todos, que haja para todos”, observou.

O presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana destaca que o Serviço Nacional de Saúde “é um grande bem em Portugal, mesmo que haja fragilidades, coisas que não corram bem”, e “é bom que se mantenha”, que possa ser fortalecido e “com abrangência às respostas necessárias à população”.

Segundo D. José Traquina, o tema da saúde e das diferenças entre regiões “deve ser motivo de reflexão”, porque, longe do litoral, “há comunidades fragilizadas”, considerando que existem “opções politicas que podem ajudar a valorizar mais o Interior”.

Os bispos portugueses, no recente documento ‘Recomeçar e reconstruir’, pedem políticas de futuro e o bispo de Santarém lembra as cidades como Leiria e também do interior de Portugal, como Castelo Branco, Bragança, “ganharam logo outra vida, outra graça, outra dimensão” com universidades e institutos politécnicos.

“Isso mostra como esta possibilidade dá às cidades, dá às vilas, um sonho, dá horizontes, capazes de desenvolver um trabalho nessas cidades de atração a alunos do estrangeiro que é muito curioso”, acrescentou o presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana.

Desde segunda-feira, D. José Traquina é o entrevistado do programa ‘Ecclesia’, na Antena 1 da rádio pública, que pode ser ouvido pelas 22h45, numa reflexão sobre a sociedade que tem como base o documento ‘Recomeçar e reconstruir’, sobre a sociedade portuguesa a reconstruir depois da pandemia de Covid-19.

CB/OC

quinta-feira, 9 de julho de 2020

Ulgueira - Hoje Quinta-feira 9

Lamentamos informar que não haverá a prevista Adoração ao SS.mo Sacramento na Ulgueira às 15h00 

MEDITAÇÃO DIÁRIA Qui, 9 – Semana XIV do Tempo Comum

Os 11, 1-4.8c-9 / Slm 79 (80), 2ac.3b.15-16 / Mt 10, 7-15

O meu coração (…) estremece de compaixão. (1ª Leitura)

Deus pegou em Israel ao colo e salvou-o dos seus pecados. O coração de Deus «estremecia de compaixão». Deus nunca castiga. Nós é que podemos escolher ir para o inferno se cometermos um pecado suficientemente grave e não nos arrependermos ou se levarmos uma vida contra a nossa consciência. (E não nos arrependermos.) Mas Deus anda ao colo connosco, sempre à espera que nos arrependamos até ao último segundo. Agradeçamos-Lhe.

quarta-feira, 8 de julho de 2020

Leitura do dia: Amanhã colherás o que hoje semeaste

O Evangelho é, antes de tudo, uma revolução no coração. Jesus descreveu o seu efeito não como repentino ou dramático, mas à imagem dos processos ocultos de fermento, sal e luz, como semear sementes cujas colheitas talvez não possamos ver. Os profetas eram raramente reconhecidos no seu próprio tempo, mas a sua coragem e fidelidade construíram um futuro para as gerações posteriores. A mudança real é o resultado da virtude comum ao longo do tempo, investimentos constantes que produzem retornos alimentados com paciência e disciplina.

Quem é mais feliz? Aquele que ergue muros, ou aquele que deseja a partilha?

Vivemos num tempo de incúria das palavras, no qual abundam neologismos eufemísticos: fala-se de «guerra preventiva» para definir a agressão militar; recorre-se ao termo «flexibilidade» para falar de desemprego ou despedimento. Mais do que nunca há necessidade de filologia, isto é, de amor pelas palavras; ou também, para o dizer com outra metáfora, de ecologia da linguagem. A esta sorte não escapa sequer um termo que muitas vezes ouvimos ressoar: «Conviver/com-vivência». Na linguagem comum, é agora sinónimo quase unicamente de coabitação entre pessoas não casadas. Que empobrecimento!

MEDITAÇÃO DIÁRIA Qua, 8 – Semana XIV do Tempo Comum

Os 10, 1-3.7-8.12 / Slm 104 (105), 2-3.4-5.6-7 / Mt 10, 1-7

… deu-lhes poder de expulsar os espíritos impuros. (Evangelho)

Quantos espíritos impuros não podemos nós expulsar das pessoas que tratamos com amor. Muitas pessoas têm feitios mais complicados porque têm falta de amor. Eu tenho um amigo que parecia muito frio mas que durante o confinamento se revelou muito sensível. Fiquei com muita pena de não lhe ter ligado mais durante esse tempo. Hoje o leitor pense nas pessoas que talvez precisem de si e relativamente às quais o leitor possa andar distraído.

terça-feira, 7 de julho de 2020

MEDITAÇÃO DIÁRIA Ter, 7 – Semana XIV do Tempo Comum

Os 8, 4-7.11-13 / Slm 113 B (115), 3-4.5-6.7ab-8.9-10 / Mt 9, 32-38

É pelo príncipe dos demónios que ele expulsa os demónios. (Evangelho)

Depois Jesus desmontará esta falta de lógica. Mas a maldade não precisa de lógica. Nós somos maus, primeiro irracionalmente, e depois é que racionalizamos. Mas a nossa tendência para o bem também está cá dentro. Esta, é Deus em nós. Às vezes, sermos maus dá-nos mais jeito do que sermos bons. Mas a longo prazo é menos compensador e turva-nos a visão. E a maldade atrai mais maldade, a bondade atrai mais bondade. Cabe ao leitor fazer a escolha.

Os 3 ensinamentos de São João Batista


Padre Francesco Occhetta | Jun 23, 2017

Saber se dar, voltar à honestidade e não maltratar os mais fracos

São João Batista é um dos santos mais retratados na arte cristã. Reconhecê-lo é fácil: o profeta que se alimentava de gafanhotos e mel silvestre usa uma veste de pele de camelo e um cinto e está quase sempre junto a um cordeiro, imagem que evoca Jesus, o Cordeiro de Deus.
João, cujo nome significa “Deus é misericórdia”, é o último profeta do Antigo Testamento. A Igreja o homenageia tanto no dia do seu martírio (29 de agosto) quanto no do nascimento (24 de junho), data-marco dos seis meses que antecedem o nascimento de Jesus, segundo as palavras do Arcanjo Gabriel a Maria. São João Batista, junto com Jesus e Nossa Senhora, é o único santo a quem a Igreja celebra no dia do nascimento neste mundo, já que a tradição é celebrar os santos no dia do seu nascimento para a vida eterna. Saiba mais sobre esses 3 aniversários especiais.

João teria nascido em Ain Karim, cerca de sete quilômetros a oeste de Jerusalém, numa família sacerdotal: seu pai, Zacarias, era da classe de Abias, e sua mãe, Isabel, descendia de Aarão. “Chamar-se-á João”, afirmou seu pai.

No décimo quinto ano de Tibério (28-29 d.C.), iniciou a sua missão no rio Jordão: pregar e batizar. Daqui vem o nome “Batista”.

Quando batiza Jesus, João revela a identidade de Deus:

“Eis o Cordeiro de Deus, eis aquele que tira o pecado do mundo!”

segunda-feira, 6 de julho de 2020

Ordenações sacerdotais - Sé Nova - Coimbra

MEDITAÇÃO DIÁRIA Seg, 6 – Semana XIV do Tempo Comum

Os 2, 16.17b-18.21-22 / Slm 144 (145), 2-3.4-5.6-7.8-9 / Mt 9, 18-26

A minha filha acaba de falecer. (Evangelho)

A alegria daquele chefe acabara de morrer. Tinha-se acabado a esperança. Mas Deus, contra toda a esperança, ressuscitou-lhe a filha. Deus é a nossa luz. É raro Deus curar alguém e nunca ressuscita ninguém. Mas atua por dentro de nós. Agarremo-nos a Ele e a Nossa Senhora. Nossa Senhora é uma intercessora muito poderosa. Às vezes, um problema pode estar dezenas de anos por resolver, e a certa altura Deus intervém. É essa a minha experiência contra toda a esperança.

domingo, 5 de julho de 2020

As nossas famílias - O Vídeo do Papa 7 - julho 2020

Rezemos para que as famílias no mundo de hoje sejam acompanhadas com amor, respeito e conselho. E, de modo especial, que sejam protegidas pelos Estados.

Papa Francisco – Julho 2020

A família tem que ser protegida.
São muitos os perigos enfrentados por ela: o ritmo de vida, o stress…
Às vezes, os pais esquecem-se de brincar com os filhos.
A Igreja tem que animar e estar ao lado das famílias, ajudando-as a descobrir caminhos que lhes permitam superar todas estas dificuldades.
Rezemos para que as famílias no mundo de hoje sejam acompanhadas com amor, respeito e conselho. E, de modo especial, que sejam protegidas pelos Estados.

MEDITAÇÃO DIÁRIA Dom, 5 – Domingo XIV do Tempo Comum – Ano A

Zac 9, 9-10 / Slm 144 (145), 1-2.8-9.10-11.13cd-14 / Rom 8, 9.11-13 / Mt 11, 25-30

O profeta Zacarias refere-se ao Messias Salvador em termos de grande simplicidade. Não aparece montado num elegante cavalo, mas num jumentinho. Os seus propósitos não são de um poderoso guerreiro, mas «quebrará o arco de guerra e anunciará a paz às nações». Este é o verdadeiro Deus que o profeta apresenta e que nós seguimos: o seu poder manifesta-se no serviço; a sua soberania traduz-se em estar centrado nos que precisam d’Ele. No tempo em que Zacarias profetizava, dava-se muita importância a catalogar as pessoas pelo seu prestígio social. Neste contexto, apresenta uma imagem revolucionária de Deus como simples servidor. É no poder de servir que eu procuro imitar a grandeza de Deus?

S. Paulo recorda-nos uma verdade que abre um maravilhoso horizonte de esperança sobre o nosso futuro. Como o próprio Filho de Deus, Jesus, teremos de morrer. Mas morremos não para ficar mortos, mas sim para ressuscitar para uma vida nova e eterna, na força do Espírito de Jesus: «Se o Espírito d’Aquele que ressuscitou Jesus de entre os mortos habita em vós, Ele, que ressuscitou Cristo de entre os mortos, também dará vida aos vossos corpos mortais, pelo Espírito que habita em vós». Por imensa graça de Deus, a vitória de Cristo sobre a morte também um dia se verificará nas nossas vidas.

No Evangelho, Jesus apresenta os critérios para qualificar o valor das pessoas. Valemos e somos grandes não pela presunção da nossa inteligência e sabedoria. Aos olhos de Deus somos grandes pela simplicidade e humildade. Cristo desafia-nos a crescer nestas virtudes, pois só assim conseguiremos passar na «porta estreita» do reino dos Céus.

Jesus faz-nos um convite a irmos ao seu encontro, porque nos ama. E ama-nos não apenas quando tudo corre bem, mas sobretudo quando parece que o cansaço e os reveses nos derrotam. Ele quer dar-nos a vitória da sua aceitação e ternura. Muito poucas vezes encontramos Jesus a fazer a apresentação da sua identidade. Aqui Jesus apresenta-Se como «manso e humilde de coração». É um convite à imitação do Coração de Jesus nas nossas relações humanas, a cultivarmos a virtude da cordialidade, com humildade e mansidão.

sábado, 4 de julho de 2020

MEDITAÇÃO DIÁRIA Sáb, 4 – Santa Isabel de Portugal (Memória) / 1.º Sábado

Am 9, 11-15 / Slm 84 (85), 9.11-12.13-14 / Mt 9, 14-17

Por que motivo nós e os fariseus jejuamos e os teus discípulos não jejuam? (Evangelho)

Os discípulos de João jejuavam como penitência. Os fariseus, para cumprir uma regra. Nós, os católicos, temos prescrito um jejum mínimo. O jejum é uma mortificação da concupiscência. A mortificação da concupiscência serve para a «carne» (o corpo) estar mais disposta a amar, isto é, para a pessoa não estar tão voltada sobre o seu próprio prazer. Se não servir para isto, é o jejum dos fariseus, um jejum estéril. O leitor jejua?

Eutanásia

Grupo inter-religioso alertou para “rutura no dique da vida”

Segundo o padre Fernando Sampaio, representante da Igreja Católica no Grupo de Trabalho Inter-religioso – Religiões-Saúde (GTIR), o grupo foi bem acolhido e pôde manifestar a sua preocupação perante os deputados pelo risco de se estar a abrir uma “rutura no dique da vida”. “Considerámos que não nos devíamos manifestar sobre as propostas de lei, porque os nossos princípios são doutrinais e partimos de pressupostos diferentes do que eles partem, portanto achámos que não nos devíamos pronunciar sobre isso”, explica o sacerdote.

O Grupo de Trabalho Inter-religioso – Religiões-Saúde (GTIR) esteve esta quarta-feira no Parlamento para ser ouvido pela Comissão Constitucional de Direitos, Liberdades e Garantias, no contexto do processo de legalização da eutanásia. O GTIR participou em conjunto com a Associação de Médicos Católicos, tendo a Associação dos Juristas Católicos recusado o convite da Comissão, por ter sido feita na sexta-feira e não dar tempo para preparar a intervenção. “Reafirmámos os nossos princípios e porque defendemos a nossa posição de que uma lei da eutanásia trará dificuldades e problemas, porque introduzirá uma rutura no dique da vida”, disse ainda o diretor da Pastoral da Saúde do Patriarcado de Lisboa, que esteve acompanhado de representantes da Igreja Evangélica, da Igreja Adventista do Sétimo Dia, da União Budista e da Comunidade Hindu.

Não obstante esta oportunidade, em que o GTIR entregou aos deputados um documento em que explica que toda a vida tem dignidade, independentemente do sofrimento e das doenças que possam acometer as pessoas, o padre Fernando Sampaio parece conformado com o facto de que o processo no Parlamento vai mesmo avançar. “O processo vai para a frente. Depois, talvez só o Presidente da República possa ter uma palavra a dizer. Mas isso são já problemas que me ultrapassam. Mas eles estão a escutar a sociedade civil, naturalmente com a intenção de o processo ir para a frente”, disse o padre Fernando Sampaio, em declarações à Renascença.

Noutro comunicado, a Associação dos Médicos Católicos, que esteve presente na mesma audição, diz que aproveitou para reiterar “a sua absoluta oposição a todos os projetos Lei de Despenalização da Eutanásia apresentados”. A associação profissional defende com convicção que “a eutanásia nunca será um ato médico”, secundando assim a recente posição da Ordem dos Médicos, que manifestou a sua indisponibilidade em colaborar com o Parlamento na nova legislação sobre a Eutanásia.

Com Renascença