Gn 18, 20-32 / Slm 137 (138), 1-3.6-8 / Cl 2, 12-14 / Lc 11, 1-13
É comovedor o diálogo entre Abraão e Deus, procurando salvar a cidade de Sodoma da destruição, devido aos vícios perversos que nela abundavam. Abraão intercede, esforçando-se por convencer a Deus de que um pequeno punhado de justos pode salvar toda uma grande cidade, por mais pecados que nela se cometam. Deus aceitou a razões apresentadas por Abraão. É a justa imagem do verdadeiro Deus que adoramos, que está mais interessado pelo nosso bem, mais ainda que nós mesmos. Como diz Santo Agostinho, "a oração é a força do homem e a fraqueza de Deus".
Por vezes, damos demasiada importância a relatar os vícios e escândalos que abundam num grupo, numa cidade, numa nação. Melhor será investir na melhoria de cada um de nós, pois se formos melhores salvaremos a nossa família, comunidade, nação.
S. Paulo sublinha que Deus perdoa a sério, reduzindo a zero as nossas dívidas para com Ele: "Anulou o documento da nossa dívida, com as suas disposições contra nós; suprimiu-o, cravando-o na cruz". Ou seja, as dívidas, que nós deveríamos pagar pelos nossos pecados, pagou-as Ele com o preço elevadíssimo da sua cruz. Somos uns privilegiados por ter como Senhor a Jesus Cristo que, generosissimamente, salda todas as nossas dívidas.
S. Lucas insiste muito no tema da oração, apresentando-nos sete vezes Jesus a rezar. Aliás, porque os discípulos viram Jesus a rezar é que Lhe pediram para os ensinar a rezar. Além disso, recordam que João Batista ensinava os seus seguidores a rezar. A força do exemplo é a mais convincente.
Jesus ensina-nos a tratar o seu Pai como sendo também o nosso Pai, porque de facto o é, não por nosso mérito, mas por pura graça. A palavra original usada por Cristo é "Abba", Paizinho, o termo familiar com que as crianças tratam o seu pai. Devemos estar eternamente agradecidos por termos acesso direto a Deus, sempre e a toda a hora, num clima de intimidade familiar. Cristo excedeu-Se ao ensinar-nos a rezar assim.
O Evangelho apresenta-nos a história de alguém que, às tantas da madrugada, importuna um seu amigo para que lhe empreste uns pães, a fim de matar a fome a um seu hóspede que chegou tarde. Assim nos recomenda para usarmos este modo de proceder com Deus na oração. Cristo desafia-nos a importunar a Deus, porque nos ama desmedidamente e terá todo o gosto em nos atender. Que maravilhosa notícia que Cristo nos dá sobre o seu Pai e Pai nosso!
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