1 Rs 3, 5.7-12 / Slm 118 (119), 57.72.76-77.127-130 / Rom 8, 28-30 / Mt 13, 44-52
O primeiro livro dos Reis apresenta-nos um personagem central na história de Israel: o rei Salomão, que sucedeu a seu pai David. O seu nome significa «paz», «prosperidade», e é citado cerca de 300 vezes no Antigo Testamento. No início da sua governação, Deus apareceu-lhe em sonhos e convidou-o a exprimir um desejo, com a garantia de que lhe concederia o que pretendia: «Dai ao vosso servo um coração inteligente, para governar o vosso povo, para discernir o bem do mal». Deus mostrou-Se muito agradado com este tipo de pedido, solícito pelo bem do seu povo, sem pensar em lucros pessoais, como seriam riquezas e vitórias sobre os inimigos. O Senhor lhe concedeu em abundância o que pedia, a ponto de se tornar proverbial a sabedoria de Salomão.
Esta prece é um modelo para as nossas orações. Ultrapassemos as pequenas coisas que nos preocupam, centrados em nós mesmos, e abramos o nosso coração às grandes intenções da Igreja e da família humana.
S. Paulo recorda-nos uma verdade que nos enche de consolação e esperança: «Deus concorre em tudo para o bem daqueles que O amam». Ou seja, não nos devemos preocupar com que tudo corra fácil e segundo os nossos gostos. Devemos antes ocupar-nos em amar a Deus, «com toda a alma, com todo o coração e com todas as forças». Tudo o mais virá por acréscimo. Este amor fundamental é que nos dá força para ultrapassar obstáculos e dificuldades. Só este amor de Deus é que nos torna vencedores, aconteça o que acontecer, e nos salva.
Com as suas parábolas, Jesus exorta-nos a saber arriscar tudo pelo precioso tesouro que é o reino de Deus, a Boa Nova da salvação. A tentação comum é querer ter tudo, sem nos desfazermos de nada. Algo como alguém querer ganhar um alto prémio na lotaria, mas sem arriscar a compra de um bilhete. É preciso saber investir, perdendo para depois poder ganhar. É a lei que Jesus nos deixa no Evangelho.
O progresso humano e espiritual, que Deus nos pede, pode ser visto sob esta perspetiva: de que devo libertar-me para alcançar uma felicidade mais plena? De que preciso despojar--me para alcançar uma liberdade maior, um amor mais puro, uma melhor capacidade de fazer o bem? Não se trata de perder bens e energias, mas de investir numa melhor qualidade de vida pessoal e apostólica.
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