Neste ano consagrado a São Paulo, pela ocasião da celebração dos dois mil anos do nascimento do Apóstolo, continuamos a reflectir nas nossas comunidades cristãs, a figura e o exemplo, deste que é um dos grandes pilares do cristianismo.
No início da Carta aos Romanos, ele saúda a comunidade de Roma, apresentando-se como “servo de Cristo Jesus, apóstolo por vocação” (Rom 1,1), ou seja é apóstolo não por auto-candidatura, nem por encargo humano, mas somente por chamamento e eleição divina. Nas suas epístolas, muitas vezes repete que tudo na sua vida é fruto da iniciativa gratuita e misericordiosa de Deus.
Através das suas Cartas, sabemos que São Paulo não era um orador brilhante. Aliás, partilhava com Moisés e com Jeremias a falta de talento oratório (cf. 2 Cor, 10,10). Por conseguinte, os extraordinários resultados apostólicos que conseguiu não são atribuídos a uma brilhante retórica, ou a requintadas estratégias apologéticas e missionárias. O sucesso do seu apostolado depende sobretudo de um envolvimento pessoal no anúncio do Evangelho com total dedicação a Cristo, de tal forma que não temia riscos, dificuldades ou perseguições (cf. Rom 8, 38-39). Deste testemunho, podemos aprender uma lição muito importante para a vida de cada cristão. A acção da Igreja somente é credível e eficaz, na medida em que os seus membros estiverem dispostos a cumprir pessoalmente a sua fidelidade a Cristo, em todas as situações.
O testemunho de São Paulo continua a ser muito actual nos nossos dias, tal como nas origens, pois Cristo também precisa de apóstolos hoje, dispostos a consagrar-lhe as suas vidas. A humanidade precisa muito de pessoas que vivam e trabalhem por Cristo. Cristo precisa de testemunhas e de mártires como Paulo. E Paulo desafia-nos todos a ser “servos de Cristo Jesus, apóstolos por vocação”.
Pe. José António Rebelo da Silva
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