Átrio
dos Gentios: a explicação da metáfora
A imagem tem uma história que
muitos já conhecem. Procuremos repropô-la num detalhe que, contudo, nada tem de
secundário. O templo construído por Herodes, a partir dos anos 20 a.C. e
concluído muito tempo depois da sua morte, ocorrida no ano 4 a.C. (de facto, em
Jo 2,20 fala-se dos 46 anos que foram necessários para levantar o edifício),
compreendia, além do santuário propriamente dito, quatro pátios ou átrios: dos
sacerdotes, dos israelitas, das mulheres e dos gentios, segundo as diversas
classes rituais. O mais afastado era reservado aos gentios, às gentes, aos
“pagãos”, que aos olhos dos hebreus, de então, eram automaticamente equiparados
àqueles que nós hoje chamamos ateus, mesmo se na verdade veneravam os seus
deuses, como o próprio São Paulo o havia reconhecido atravessando as ruas de
Atenas («Atenienses, vejo que em tudo sois muito religiosos: passando e
observando os vossos monumentos sagrados, encontrei também um altar com a
inscrição: a um deus desconhecido» – At 17,22-23).
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