quarta-feira, 9 de maio de 2012

Átrio dos Gentios: a explicação da metáfora
A imagem tem uma história que muitos já conhecem. Procuremos repropô-la num detalhe que, contudo, nada tem de secundário. O templo construído por Herodes, a partir dos anos 20 a.C. e concluído muito tempo depois da sua morte, ocorrida no ano 4 a.C. (de facto, em Jo 2,20 fala-se dos 46 anos que foram necessários para levantar o edifício), compreendia, além do santuário propriamente dito, quatro pátios ou átrios: dos sacerdotes, dos israelitas, das mulheres e dos gentios, segundo as diversas classes rituais. O mais afastado era reservado aos gentios, às gentes, aos “pagãos”, que aos olhos dos hebreus, de então, eram automaticamente equiparados àqueles que nós hoje chamamos ateus, mesmo se na verdade veneravam os seus deuses, como o próprio São Paulo o havia reconhecido atravessando as ruas de Atenas («Atenienses, vejo que em tudo sois muito religiosos: passando e observando os vossos monumentos sagrados, encontrei também um altar com a inscrição: a um deus desconhecido» – At 17,22-23).

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