O Natal, cada Natal, é ocasião oportuna e necessária para nós aprendermos o modo divino de acontecer e o modo solidário de agir. O modo divino de acontecer porque é sempre para nós uma surpresa como Deus apareceu no mundo – foi esperado, e é esperado, por tantas gerações e depois acontece assim, tão imprevisivelmente num lugar recôndito em Belém de Judá, sem lugar na hospedaria… e é assim que Deus acontece no mundo e por isso temos de estar muito atentos a este modo divino de acontecer para também podermos coincidir com Ele em tudo aquilo que é mais simples e que foge às atenções, mas é o lugar de Deus.
E daqui o modo solidário de agir. Porque não podemos esquecer aquela frase do Evangelho de que o Menino foi deitado numa manjedoira porque não havia lugar na hospedaria. Quantas pessoas ainda hoje, quantos meninos, quantos outros que já nasceram há mais tempo não têm um teto que os abrigue com dignidade, não têm uma casa onde possam viver como Deus quer. Daí a solidariedade, para que, de ano para ano, de Natal em Natal, todos nós como sociedade – e nós, cristãos, integramos uma sociedade que deve crescer precisamente aí, na solidariedade – vamos resolvendo esta problemática da habitação, que é uma problemática fundamental para que tudo o resto possa acontecer bem. O crescer, a educação, a convivência, a família, tudo! Porque a casa é a nossa maneira correta de vivermos e de convivermos, de guardar e fomentar a vida familiar e de possibilitar que depois a vizinhança seja cada vez mais concreta, mais próxima e mais realizadora.
Por isso, que neste Natal nos fixemos nestas duas notas: no modo divino de acontecer e no modo solidário de agir, consequentemente.”
* declaração ao Jornal VOZ DA VERDADE
Sem comentários:
Enviar um comentário