Am 8, 4-7 / Slm 112 (113), 1-2.4-8 / 1 Tim 2, 1-8 / Lc 16, 1-13 ou 16, 10-13
A primeira leitura apresenta-nos a voz profética de Amós que, falando em nome de Deus, defende os pobres contra as injustiças dos poderosos, dispostos a tudo para enriquecer sempre mais. Estamos em 750 antes de Cristo, tempo de grande prosperidade e esplendor em Israel. Mas a vertigem da riqueza levava ao crime de prejudicar os pobres, que mais pobres ainda ficavam. Deus é sempre apresentado como o defensor dos fracos, dos que socialmente são irrelevantes, como a voz dos sem voz, que faz justiça aos que não têm força para defender os seus direitos. Ser fiel a Deus inclui a fidelidade à justiça.
Ontem como hoje, importa estar atentos para que a administração dos bens temporais, que poderão ser muitos, não nos faça sentir autorizados a agir como donos do mundo. Por isso, S. Basílio, já no século IV, nos adverte: «Não és tu um ladrão quando consideras como tuas as riquezas deste mundo, riquezas que te foram entregues apenas para que as administrasses?»
S. Paulo, escrevendo ao seu discípulo Timóteo, apresenta-nos um belo retrato do nosso Deus: «Ele quer que todos os homens se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade», sublinhando que Cristo «Se entregou à morte pela redenção de todos». Deus quer bem a todos, não apenas aos que Lhe são fiéis e se comportam bem. Deus ama-nos não porque mereçamos o seu amor, mas porque d’Ele precisamos. Agradeçamos o amor desmedido que o Senhor nos oferece gratuitamente.
No Evangelho, Jesus ousa contar uma história que parece dever incluir-se num manual de desonestidade. Um administrador, que vai ser despedido, faz ajustes diretos com os devedores ao seu senhor, perdoando a cada um boa parte da respetiva dívida. Com este estratagema, procurou arranjar amigos para a sua vida futura, depois de ser despedido.
É claro que Jesus não elogia o roubo feito pelo administrador. Faz-nos cair na conta que a esperteza que o administrador usou para o mal, devemos nós usar de modo sabiamente criativo para fazer o bem. E notou que «os filhos deste mundo são mais espertos do que os filhos da luz no trato com os seus semelhantes». Nós, que felizmente estamos do lado de Cristo, temos de saber usar as nossas qualidades, imaginação e criatividade para fazer o
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