Am 6, 1a.4-7 / Slm 145 (146), 7-10 / 1 Tim 6, 11-16 / Lc 16, 19-31
O profeta Amós sacode a sonolência dos que vivem no luxo, preocupados somente com os seus prazeres e desprezando os pobres e necessitados. As suas palavras são muitos fortes, como quem grita aos que se estão a aproximar de um abismo, a fim de que não caiam nele. Todo o egoísmo é como um veneno doce que, com sabor agradável, acaba por matar. Amós prevê a invasão dos Assírios, que levarão como escravos os que agora se divertem em orgias, à custa de explorar os pobres.
S. Paulo escreve uma carta a Timóteo, bispo de Éfeso, preocupado com falsos mestres que se infiltraram na comunidade cristã. Manter a unidade da fé é uma luta que temos de travar também hoje, cumprindo o que nos pediu o mestre Jesus: «Que todos sejam um». Importa estarmos atentos para não nos deixarmos levar por teorias da moda, sedutoras mas desviantes da unidade da fé, que nos arrastam por atalhos de facilitismo. Oiçamos esta exortação de Paulo, como dita para nós hoje: «Combate o bom combate da fé».
Jesus apresenta-nos a parábola do rico avarento e do pobre Lázaro como um desafio à nossa capacidade de partilhar e de criar fraternidade. Assim nos recorda o Papa Francisco: «Lázaro ensina-nos que o outro é um dom. A justa relação com as pessoas consiste em reconhecer com gratidão o seu valor. O próprio pobre à porta do rico não é um empecilho fastidioso, mas um apelo a converter-se e a mudar de vida. O primeiro convite que nos faz esta parábola é o de abrir a porta do nosso coração ao outro, porque cada pessoa é um dom».
O nome «Lázaro» na língua hebraica significa «Deus ajuda». Deus no Céu e os que na terra estão do lado de Deus ajudam quem precisa de ser ajudado. Esta parábola é um desafio a sermos sensíveis às desgraças humanas e a tentarmos ser parte da solução e não da consolidação das desigualdades e injustiças. O rico avarento que vivia no luxo e no esbanjamento, pois «se banqueteava esplendidamente todos os dias», nada tinha para oferecer ao pobre Lázaro que sobrevivia à sua porta. Mais fraternos e sensíveis eram os cães que «vinham lamber-lhe as chagas». Todos certamente conhecemos «Lázaros» que, perto de nós, precisam da partilha do que somos, sabemos e podemos.
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