Da Quaresma
à Páscoa (39): Reaprender a arte da procura (I)
«Qual é a mulher que,
tendo dez dracmas, se perde uma, não acende a candeia, não varre a casa e não
procura cuidadosamente até a encontrar?» Se calhar ainda nos restam nove ou sete
ou cinco ou três moedas… E podemo-nos tentar consolar e enganar com elas,
fingindo que não damos pela falta de uma outra vida, de uma outra frescura, de
um coração inteiro. O primeiro momento da reconciliação é a decisão interior que
nos leva a retomar, precisamente, a arte da procura e da inteireza. «Para ser
grande, sê inteiro», dizia Fernando Pessoa. E o grande desafio da vida
espiritual não é, claro, o da grandeza, mas o da inteireza. Sermos nós
próprios.
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