Da Quaresma
à Páscoa (46): A oitava palavra sobre a Cruz | VÍDEOS |
O que as “Sete
palavras” declinam não é simplesmente a monodia do drama humano. Há um segredo
entre estas palavras. É o da expressão derradeira, já depois de proferidas todas
as palavras, e que apenas Marcos e Mateus nos transmitem. Entre as “Sete
palavras” inseria-se já um grito: «Meu Deus, meu Deus, porque me abandonaste?»
(ou «Meu Deus, Meu Deus a que me abandonaste?», segundo algumas traduções
contemporâneas). Mas depois desse, Jesus soltou ainda um outro grito, e então
expirou. Perante este último, o véu do templo rasgou-se em dois, de alto a
baixo. Isto é, o sagrado perde a sua reserva e desloca-se para o profano mais
escandaloso: na carne daquele inocente, no corpo torturado, no lancinante
silêncio que sucedeu ao seu grito reside agora a revelação de Deus.
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