Venha o teu anjo abrir de novo estas portas
ao anúncio da vida pura e repentina
que eleva os nossos dias mesmo baços
à altura da promessa
Venha o teu anjo restabelecer o alfabeto censurado
ensaiar a dança que os gestos ignoram
Venha apontar o dia límpido, só pelo azul esclarecido
desprender-nos da cinza do desânimo e do sono
guiar-nos para lá das fronteiras
Venha o teu anjo nomear o que trazemos
e passa de um dia para outro sempre adiado
Venha redizer o corpo inacabado
Este reticente modo de habitação
ainda à espera do seu nascer verdadeiro
P. José Tolentino Mendonça
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