Bispo
auxiliar do Porto recusa «gritaria» para resolver «tremenda realidade do
desemprego» juvenil e denuncia facilitismo na família e educação
D. Pio
Alves, um dos bispos auxiliares do Porto, considera que «entrar na gritaria pela
gritaria, na acusação pela acusação» para resolver a «tremenda realidade do
desemprego» juvenil não contribui «para uma verdadeira reconstrução da
esperança». «O acesso à realidade do trabalho, mormente para os jovens, é, nas
atuais circunstâncias, uma tarefa de tal modo árdua e sempre tão imprescindível
que não se compadece com a fuga para o mundo das acusações», sustentou esta
sexta-feira, em Fátima. O prelado referiu-se também à «educação familiar onde,
com a melhor das intenções, estiveram ausentes os nãos» e onde «foram aplanadas
as montanhas das dificuldades», «sistematicamente satisfeitas as vontades» e «os
recursos financeiros não foram geridos com parcimónia. Acresce a este panorama,
no mundo da escola, uma pedagogia que afinou, demasiadas vezes, por idêntico
diapasão.»
Jornada
Nacional da Pastoral da Cultura 2013 sobre “Culturas Juvenis Emergentes”:
intervenção de abertura de D. Pio Alves
«Nós, mais adultos – família e
escola –, demos o nosso contributo às marcas de uma formação que não é,
certamente, a mais adequada para enfrentar os tremendos desafios de uma
sociedade que, entretanto, se desregulou, baralhou, faliu. Podemos e devemos,
certamente, corrigir a mão e não abandonar os jovens à sua sorte. Mas não
podemos substitui-los no imprescindível protagonismo que só eles podem assumir.
Caso contrário, não faríamos mais que prolongar uma infantilização que os
diminuiria na sua dignidade e não os tornaria atores da sociedade nova que,
entre todos, teremos que reinventar.» Intervenção de D. Pio Alves, bispo
auxiliar do Porto e presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais
e Comunicações Sociais.
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