Documento de D. Manuel Clemente segue as indicações da exortação apostólica Amoris Laetitia, propostas de aplicação dos Bispos de Buenos Aires e da Diocese de Roma
Lisboa, 06 fev 2017 (Ecclesia) – O cardeal-patriarca de Lisboa indicou hoje seis “alíneas operativas” para “acompanhar e integrar” os casais em segunda união na Igreja Católica, referindo que em causa estão “circunstâncias excecionais” e que a “possibilidade sacramental” requer um discernimento “caso por caso”.A “Nota para a receção do capítulo VIII da exortação apostólica ‘Amoris Laetitia’”, publicada na página da internet do Patriarcado de Lisboa, alude às indicações do documento do Papa, às propostas de aplicação dos Bispos da Região Pastoral de Buenos Aires e às indicações dadas aos sacerdotes da Diocese de Roma pelo seu cardeal-vigário.
O documento do cardeal-patriarca, divulgado no contexto de uma reunião de vigários da Diocese de Lisboa, começa por afirmar que “acompanhar e integrar as pessoas na vida comunitária” deve seguir as indicações das exortações apostólicas pós-sinodais “Familiaris Consortio” de São João Paulo II, “Sacramentum Caritatis” de Bento XVI e “Amoris Laetitia” do Papa Francisco.
“Verificar atentamente a especificidade de cada caso” e “não omitir a apresentação ao tribunal diocesano, quando haja dúvida sobre a validade do matrimónio” são outros dois passos operativos propostos por D. Manuel Clemente.
“Quando a validade se confirma, não deixar de propor a vida em continência na nova situação” e “atender às circunstâncias excecionais e à possibilidade sacramental, em conformidade com a exortação apostólica e os documentos acima citados” são mais duas propostas do cardeal-patriarca de Lisboa.
D. Manuel Clemente assinala que é necessário “continuar o discernimento, adequando sempre mais a prática ao ideal matrimonial cristão e à maior coerência sacramental”.
As seis “alíneas operativas” são contextualizadas por referências ao que o Papa Francisco afirma sobre o acompanhamento e a integração de casais em segunda união, nomeadamente ao ambiente de “humildade, privacidade, amor à Igreja e à sua doutrina” que deve caraterizar o discernimento de cada caso
D. Manuel Clemente refere-se concretamente à nota de rodapé onde o Papa afirma que “em certos casos, poderia haver também a ajuda dos sacramentos”, para sublinhar o “caráter restrito (em certos casos) e condicional (poderia) da frase”.
Para o cardeal-patriarca de Lisboa, citando o Papa Francisco, é necessário “evitar qualquer interpretação tendenciosa” e jamais a Igreja deve “renunciar a propor o ideal pleno do matrimónio, o projeto de Deus em toda a sua grandeza.
D. Manuel Clemente cita depois o documento dos bispos das Região Pastoral de Buenos Aires, onde afirmam que “o que se propõe é um discernimento que distinga adequadamente cada caso”, nota que também valoriza nas indicações dadas pelo cardeal vigário do Papa para a Diocese de Roma, D. Agostino Vallini, que defende um “discernimento que distinga adequadamente caso por caso”.
A “Nota para a receção do capítulo VIII da exortação apostólica ‘Amoris Laetitia’” do cardeal-patriarca de Lisboa termina com três pronunciamentos de São João Paulo II, Bento XVI e Francisco sobre o acompanhamento de divorciados recasados.
PR
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