domingo, 24 de março de 2019

MEDITAÇÃO DIÁRIA Dom, 24 – Domingo III da Quaresma – Ano C

Ex 3, 1-8a.13-15 / Slm 102 (103), 1-4.6-8.11 / 1 Cor 10, 1-6.10-12 / Lc 13, 1-9

A leitura do livro do Êxodo apresenta-nos o chamamento de Deus a Moisés, que misteriosamente Se revela por meio de uma sarça que arde sem se consumir. O fogo é das imagens bíblicas mais comuns para indicar a presença de Deus. Baste recordar as línguas de fogo no Pentecostes.

Israel, antes de conhecer a Deus como pai e esposo, como rei e pastor, conheceu-O como libertador: «Eu vi a situação miserável do meu povo no Egito; escutei o seu clamor provocado pelos opressores. Conheço, pois, as suas angústias. Desci para o libertar das mãos dos egípcios».

O nosso Deus não é como os deuses do olimpo, distante das desgraças humanas, gloriosamente pairando acima das nuvens. É um Deus que assume as nossas angústias e problemas como sendo seus, disponível a fazer tudo o que seja para nosso bem e salvação. O nosso Deus, como notavam os rabinos, é alguém que toma a iniciativa de vir em nosso socorro, pois o texto bíblico não afirma que os israelitas gritaram ao Senhor, mas foi o Senhor que ouviu os seus gritos de angústia perante tantas injustiças.

Na comunidade de Corinto, havia cristãos que estavam convencidos que lhes bastava o batismo para alcançarem a salvação. S. Paulo adverte-os que as graças de Deus, como é especialmente o batismo, não produzem um efeito automático, como se se tratasse de magia espiritual. A fé precisa de obras que a comprovem. Ser cristão não é um estatuto que se conquistou, mas uma graça à qual nos temos de abrir cada dia.

Jesus, no Evangelho, faz um insistente apelo à conversão. Não entra na discussão da injustiça de Pilatos ter mandado assassinar galileus que estavam no templo, profanando assim um lugar sagrado. Clarifica que os infortúnios e desastres que acontecem, como os 18 homens que morreram com a queda da torre de Siloé, não são um castigo de Deus. Jesus não entra na discussão «política», condenando Pilatos e os engenheiros e artistas que construíram mal uma torre. De tudo o que acontece há que tirar lições positivas. Por isso, Jesus recorda que o importante é levar uma vida que agrade ao Senhor, convertendo-nos das nossas maldades e pecados.

A parábola da figueira é usada por Cristo para nos apresentar a extraordinária paciência e solicitude de Deus. S. Lucas, o evangelista da misericórdia, retrata-nos Deus cheio de esperança e compreensão com a dureza do nosso coração, disponível para nos dar sempre mais uma oportunidade para nos convertermos. 

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