Ap 7, 2-4.9-14 / Slm 23 (24), 1-4ab.5-6 / 1 Jo 3, 1-3 / Mt 5, 1-12a
O culto dos santos começou desde os primórdios da Igreja, particularmente centrado nos mártires que derramaram o seu sangue pela fidelidade a Cristo.
Ao longo do ano litúrgico, com toda a Igreja, celebramos uma grande diversidade de santas e santos, mas hoje fazemos festa a todos eles no seu conjunto, incluindo aqueles que não foram canonizados, mas que gozam com Deus da felicidade celeste. Esta celebração começou nos inícios do século IV, nos tempos de forte perseguição, sob o imperador Diocleciano. O Papa Gregório III, no século VIII, fixou esta festa na data em que atualmente a celebramos, no dia 1 de novembro, na vigília do dia em que recordamos os nossos queridos fiéis defuntos, rezamos por eles e nos abrimos à sua intercessão.
O Papa Francisco exorta-nos a viver estas celebrações com confiada esperança: «Esta é a esperança que não cria desilusão. Hoje e amanhã são dias de esperança. A esperança é como o fermento que faz ampliar a alma. Mas também existem momentos difíceis na vida, mas com a esperança, a alma vai adiante. Olha o que te espera». A meta a que tantíssimos homens e mulheres chegaram é perfeitamente alcançável por nós, ajudados pela força que nos vem de Deus, animados pelo exemplo e intercessão de tantos santos e santas.
Em tempos duros de perseguição, S. João anima os cristãos; usando o género literário apocalíptico, descreve uma multidão incontável de eleitos no paraíso, assinalados com a cruz de Cristo e purificados com o sangue do Cordeiro de Deus. Esta meta de glória cria em nós a coragem para ultrapassar todas as tribulações.
S. João, na sua carta, recorda o nosso maravilhoso estatuto: é que somos verdadeiramente filhos de Deus. Um sacerdote sábio e santo, Júlio Fragata, recordava que o facto de sermos «filhos adotivos», não quer dizer «filhos fictícios», mas sim autênticos filhos, não por nossos méritos, mas por infinita graça divina. Vivamos em perpétuo estado de gratidão por Deus nos amar desmedida e ternamente.
No Evangelho encontramos a proclamação do caminho cristão para sermos felizes. Aqui encontramos o resumo da boa nova de Jesus. As bem-aventuranças são como que o «programa eleitoral» do Messias salvador. Como nos recorda o Papa Francisco na sua Exortação Apostólica Alegrai-vos e exultai: «Jesus explicou, com toda a simplicidade, o que é ser santo; fê-lo quando nos deixou as bem-aventuranças. Estas são como que o bilhete de identidade do cristão» (n. 63). Pondo em prática as bem-aventuranças de Jesus, estamos no bom caminho para sermos santos, como Deus quer e os outros precisam.
Sem comentários:
Enviar um comentário