Lumen
fidei: A novidade de uma encíclica
Comecemos por sacudir equívocos. O
primeiro é o de pensar que uma encíclica sobre a fé destina-se a ser acolhida
dentro da cerca eclesial, e aí só, como se ela não constituísse um texto de
enorme importância para a cultura ou para a sociedade no seu conjunto. O segundo
é a consideração de que a relevância do discurso cristão se esgota nos
pronunciamentos ditos sociais: o Papa Francisco ir ao desembarcadouro de
Lampedusa, reclamar corajosamente por políticas mais humanas, colhe o interesse
geral, mas propor, com igual desassombro, uma reflexão sobre o sentido da fé,
isso já é olhado como minudência descartável. Ora, a discussão sobre a fé, e
sobre a irreverente singularidade da fé cristã, é um assunto de cidade, como já
amplamente o provou o apóstolo Paulo, que deslocou esse debate do interior das
sinagogas para areópagos, escolas de filosofia, teatros e cantos de estrada o
debate sobre a essência do cristianismo precisa urgentemente de reencontrar a
sua natureza pública.
Papa
lembra que Deus prefere a «misericórdia» à «condenação», e pede orações pela
Jornada Mundial da Juventude
«Deus quer sempre isto, a misericórdia, e
não andar a condenar todos», frisou o papa este domingo, na recitação da oração
mariana do Angelus, em Castel Gandolfo. As palavras de Francisco foram
proferidas a propósito da parábola bíblica do Bom Samaritano, lida no evangelho
proclamado nas missas deste dia: «Deus é misericordioso, sabe compreender todas
as nossas misérias e também os nossos pecados», vincou. O papa confiou à Virgem
Maria a sua viagem ao Rio de Janeiro, para a Jornada Mundial da Juventude. Antes
do Angelus, Francisco recordou João Paulo II e Bento XVI, que gostavam de passar
parte do verão nesta residência pontifícia: «O seu testemunho vos sirva sempre
de encorajamento na fidelidade diária a Cristo e no esforço contínuo para
conduzir uma vida coerente com a exigência do Evangelho e os ensinamentos da
Igreja», apelou. O papa também pediu as orações dos colaboradores: «Rezai por
mim. Bem preciso… Não vos esqueçais de mim. Rezai também vós por mim e pelo meu
serviço».
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