Papa
Francisco na primeira grande entrevista após a eleição: do que a Igreja mais
precisa é curar as feridas e aquecer os corações dos fiéis
A revista
“Brotéria”, propriedade dos Jesuítas Portugueses, publica esta quinta-feira no
seu site uma entrevista exclusiva que o papa Francisco concedeu a 16 publicações
periódicas da Companhia de Jesus ao longo de três encontros, a 19, 23 e 29 de
agosto, no Vaticano. “Quem é Jorge Mario Bergoglio?”, “viver em comunidade”,
“ouvir os outros”, “santidade para todos”, Igreja de portas abertas”, “o que a
Igreja mais precisa”, “uma Igreja à procura de novos caminhos”, “Igreja e
homossexualidade”, “aborto, casamento homossexual e métodos contracetivos”,
“anunciar o essencial está primeiro do que as normas morais”, “sinodalidade”,
“mulher na Igreja”, “perigo da instrumentalização do rito litúrgico anterior ao
Concílio Vaticano II”, “encontrar Deus no dia a dia, “paciência com Deus”,
“desconfiar de quem diz saber tudo de Deus”, “a surpresa de Deus”, “soluções
disciplinares e segurança doutrinal”, “referências culturais”, “fé de
fronteira”, “pensamento da Igreja” e “oração”, são alguns dos temas e questões
abordadas na entrevista, de que apresentamos alguns excertos.
Bispos precisam
de bom humor, diz papa Francisco
«Perguntai-vos: aqueles que batem à
porta da minha casa, como é que a encontram? Se a encontram aberta, através da
vossa bondade, da vossa disponibilidade, experimentarão a paternidade de Deus e
compreenderão como a Igreja é uma boa mãe que acolhe e ama sempre.» «Nós,
pastores, não somos (…) homens ambiciosos, esposos de uma Igreja na expetativa
de outra mais bela, mais importante ou mais rica. Isto é um escândalo. (…) Estai
bem atentos para não cairdes no espírito do carreirismo. É um cancro. Não é só
com a palavra, mas também e sobretudo com o testemunho concreto de vida, que
somos mestres e educadores do nosso povo. O anúncio da fé pede que se conforme a
vida ao que se ensina. Missão e vida são inseparáveis. Há uma pergunta a fazer a
cada dia: o que vivo corresponde ao que ensino?» O papa Francisco dirigiu esta
quinta-feira alguns conselhos a prelados recentemente nomeados, a quem pediu
para não se tornarem «bispos de aeroporto», sempre em viagem e distantes da
proximidade com os fiéis que lhe estão confiados, tendo-lhes também sugerido que
cultivem o bom humor.
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