O
que escreveram os bispos portugueses sobre as primeiras eleições
autárquicas
«Em regime democrático, abster-se de votar significa sempre,
no fundo, uma grave atitude de recusa em assumir as responsabilidades próprias,
deixando apenas a um certo número de cidadãos o papel, que a todos pertence, de
definir os rumos da vida nacional. No caso das presentes eleições, a gravidade
de uma tal recusa deverá avaliar-se, simultaneamente, pela difícil situação
actual do País, pela força das ideologias em presença e, ainda, pela importância
dos órgãos do poder local, através dos quais as comunidades paroquiais e
concelhias são chamadas a fazer ouvir a sua voz e a dar expressão aos seus
direitos e agravos.» As primeiras eleições autárquicas em Portugal realizaram-se
há 37 anos, a 12 de dezembro de 1976. Foram as últimas de um ciclo que começou
com a transição para o regime democrático, com a revolução de 25 de abril de
1974. Recordamos alguns excertos de um comunicado do episcopado português sobre
as eleições para o “Poder Local”, expressão então usada para designar as
autarquias, seguindo-se dois editoriais do jornal “Nova Terra”, semanário ligado
à Igreja editado entre 1975 e 1977.
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