Papa Francisco, Audiência Geral, 18/03/2015
«(…) hoje concentrei-me no grande dom que as crianças são para a humanidade – é verdade, são um grande dom para a humanidade, mas também são as grandes excluídas porque muitas vezes nem as deixam nascer. (…) As crianças recordam-nos que todos, nos primeiros anos da vida, fomos totalmente dependentes dos cuidados e da benevolência dos outros. (…) As crianças recordam-nos uma outra coisa bela; recordam-nos que somos sempre filhos. (…) O grande dom da vida é o primeiro presente que recebemos. …
Mas há tantos dons, tantas riquezas que as crianças levam à humanidade. Levam o seu modo de ver a realidade, com um olhar confiante e puro (…) ainda não poluído pela malícia, pela duplicidade, pelas “incrustações” da vida que endurecem o coração.
(…) Além disso, as crianças – em sua simplicidade interior – levam consigo a capacidade de receber e dar ternura. Ternura é ter um coração “de carne” e não “de pedra”, como diz a Bíblia (cfr Ez 36, 26) As crianças têm a capacidade de sorrir e de chorar espontaneamente (…) duas coisas que em nós grandes, muitas vezes “são bloqueadas”, não somos mais capazes (…). Tantas vezes o nosso sorriso se torna um sorriso de papelão, uma coisa sem vida, um sorriso que não é vivo, um sorriso artificial, de palhaço. (…) E então as crianças podem ensinar-nos de novo a sorrir. Mas, nós mesmos, devemos perguntar-nos: eu sorrio espontaneamente, com frescor, com amor ou o meu sorriso é artificial? Eu ainda choro ou perdi a capacidade de chorar? Duas perguntas muito humanas que as crianças nos ensinam (…)»
DOENTES (13 de maio)
Mensagem do Papa Francisco para o XXIII Dia Mundial do Doente, 03/12/2014
«(…) Também hoje quantos cristãos dão testemunho – não com as palavras mas com a sua vida radicada numa fé genuína – de ser «os olhos do cego» e «os pés para o coxo»! Pessoas que permanecem junto dos doentes que precisam de assistência contínua, de ajuda para se lavar, vestir e alimentar. Este serviço, especialmente quando se prolonga no tempo, pode tornar-se cansativo e pesado; é relativamente fácil servir alguns dias, mas torna-se difícil cuidar de uma pessoa durante meses ou até anos, inclusive quando ela já não é capaz de agradecer. E, no entanto, que grande caminho de santificação é este! Em tais momentos, pode-se contar de modo particular com a proximidade do Senhor, sendo também de especial apoio à missão da Igreja.
Sabedoria do coração é estar com o irmão. O tempo gasto junto do doente é um tempo santo. É louvor a Deus, que nos configura à imagem do seu Filho, que «não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida para resgatar a multidão» (Mt 20, 28). Foi o próprio Jesus que o disse: «Eu estou no meio de vós como aquele que serve» (Lc 22, 27). (…)
Sabedoria do coração é sair de si ao encontro do irmão. Às vezes, o nosso mundo esquece o valor especial que tem o tempo gasto à cabeceira do doente, porque, obcecados pela rapidez, pelo frenesim do fazer e do produzir, esquece-se a dimensão da gratuidade, do prestar cuidados, do encarregar-se do outro. No fundo, por detrás desta atitude, há muitas vezes uma fé morna, que esqueceu a palavra do Senhor que diz: «a Mim mesmo o fizestes» (Mt 25, 40).»
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