Batem à porta…
Enquanto a Europa anda distraída com o drama que se vive dentro e fora das suas fronteiras, convém trazer à memória a história de uma Família de refugiados que, há mais de 2000 anos, também foi obrigada a fugir da Sua terra e procurar um lugar mais seguro para viver.
Será que nos poderemos manter indiferentes quando centenas de pessoas continuam a morrer engolidas pelas águas da Europa? Poderemos ignorar que, enquanto dormimos seguros nas nossas casas, inúmeras famílias continuam a atravessar o mediterrâneo, sacrificando tudo, por um futuro de paz para os seus filhos?
Que medo nos paralisa? O da islamização? Dos terroristas? Do desemprego? Onde estão enraizados todos estes sentimentos? No Amor ou no egoísmo? Na confiança ou no preconceito?
Em Portugal, muitos são os que têm respondido que querem estar presentes. Mais de 6000 voluntários, mais de 80 instituições que, com o apoio da comunidade, se disponibilizam para acolher uma família, assegurando não só o alojamento autónomo, mas também a alimentação e o vestuário, o acesso à saúde e à educação, à aprendizagem do português e a ajuda no acesso ao mercado de trabalho para os adultos que compuserem o agregado familiar. Uma enorme generosidade de quem não quer ficar indiferente.
Aproxima-se o tempo da Esperança. Este Advento que nos bate à porta é o tempo em que somos chamados a escolher se queremos ser o bom samaritano ou um dos outros que optou passar ao lado. É o tempo em que somos chamados a compadecermo-nos com os que sofrem, comprometendo-nos com eles no que for preciso.
Quem de nós fecharia a porta àquela Família em busca de refúgio há dois milénios atrás?
«José levantou-se durante a noite, tomou o menino e sua mãe e partiu para o Egipto. Ali ficou até a morte de Herodes;» Mt. 2: 13-15
Texto escrito por Rui Marques, coordenador da Plataforma de Apoio aos Refugiados (PAR)
1 comentário:
Meditemos... antes de reagir
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