quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Trabalho doméstico em Portugal

Portugal: Religiosas de Maria Imaculada denunciam «precariedade» que aflige empregadas domésticas

Tema vai estar em debate esta quinta-feira na Universidade Católica em Lisboa

Lisboa, 25 nov 2015 (Ecclesia) – Um estudo encomendado pela congregação das Religiosas de Maria Imaculada, empenhadas na educação e valorização profissional de jovens mulheres, denuncia a precariedade que aflige quem trabalha no setor doméstico.

Intitulado ‘Trabalho doméstico em Portugal’, o projeto foi feito em parceria com Centro de Estudos e Sondagens de Opinião da Universidade Católica Portuguesa e permitiu constatar que esta ocupação profissional “continua a ser uma realidade precária e pouco protegida do ponto de vista dos direitos sociais”.

Um inquérito feito pelo Centro de Estudos a 300 pessoas empregadoras mostrou que mais de metade dos trabalhadores envolvidos presta serviços “sem qualquer tipo de contrato” ou apenas com “um contrato verbal”.

“São principalmente mulheres, portuguesas, com mais de 45 anos”, pagas “em dinheiro, diária ou semanalmente”, sendo que “o valor” do seu ordenado é calculado “em função da hora de trabalho”.

“Tudo isto reforça a informalidade e precariedade do laço”, refere o estudo enviado hoje à Agência ECCLESIA e que vai ser apresentado esta quinta-feira em Lisboa, pelas 09h30, durante um colóquio, na Sala das Exposições da Universidade Católica Portuguesa, no Campus Palma de Cima.

A apresentação dos resultados vai estar a cargo do antropólogo Francisco Liz, seguindo-se uma mesa redonda moderada pela jornalista Laurinda Alves.

Entre os intervenientes convidados estão Maria do Rosário Carneiro, antiga deputada da Assembleia da República, Gaspar Buades, professor da Universidade de Loyola, na Andaluzia, Rita Sá Marques, antropóloga, e Verónica Policarpo, diretora do Centro de Estudos e Sondagens de Opinião da UCP.

O evento contará ainda com a participação do investigador Carlos Liz e das irmãs Grimoalda Aguiar e Maria Dolores Martinez, em representação das Religiosas de Maria Imaculada.

A sessão de encerramento estará a cargo do Alto-comissário para as Migrações, Pedro Calado.

Fundadas em 1876 por Santa Vicenta Maria, as Religiosas de Maria Imaculada têm como missão “a valorização das jovens, dispondo de centros sociais vocacionados para jovens empregadas domésticas”.

Estão presentes em quatro continentes - Europa, América, Ásia e África - sendo que em Portugal têm atualmente a funcionar 5 casas nas regiões de Braga, Fátima, Lisboa, Ponta Delgada e Porto.

JCP

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