Padre José Vieira, superior provincial dos Missionários Combonianos, sublinha importância de apostar nas famílias
Lisboa, 31 dez 2016 (Ecclesia) – O padre José Vieira, superior provincial dos Missionários Combonianos em Portugal, aponta “a família como primeiro laboratório para a paz”.Numa reflexão sobre o Dia Mundial da Paz que vai ser assinalado este domingo, e publicada no Semanário ECCLESIA, o sacerdote salienta que “a não-violência aprende-se de pequenino em casa” e que tão almejado “desarmamento”, não só material mas do coração, tem origem em pequenos “gestos” como “o diálogo, respeito, a busca do bem do outro”.
“Não há violências maiores e menores, nem violências de estimação. O coração humano é o campo de batalha onde a violência e a paz se defrontam, onde nasce o conflito”, escreve aquele responsável, que esteve vários anos em missão no Sudão e acompanhou de perto a tensão naquele país, hoje dividido entre sul e norte.
O padre José Vieira realça que “a violência dá sempre mais violência para gáudio e ganho de uns tantos senhores da guerra”, ao mesmo tempo que desvia dos mais pobres “recursos” essenciais para a sua subsistência e desenvolvimento.
Destaca ainda a mensagem que o Papa Francisco escreveu para o 50.º Dia Mundial da Paz, em que “apela ao desarmamento, à proibição e abolição das armas nucleares” mas também a outros males da sociedade atual, como a “violência doméstica e abuso sobre mulheres e crianças, o descarte das pessoas, os danos do meio ambiente” e a vertigem do “vencer a todo o custo”.
Para o superior provincial dos Missionários Combonianos em Portugal, a mensagem do Papa argentino apresenta-se como “uma proposta ousada e corajosa”, sobretudo para a ação dos cristãos na sociedade.
“Hoje, ser verdadeiro discípulo de Jesus significa aderir também à sua proposta de não-violência”, realça Francisco no seu texto.
O padre José Vieira destaca ainda a ação de António Guterres, secretário-geral designado da ONU, que ainda enquanto Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados visitou o Sudão e vários outros países marcados pela guerra e pela violência.
No seu discurso de juramento, António Guterres “defendeu a reforma do sistema de manutenção de paz das Nações Unidas”, mais “baseado na prevenção, resolução de conflitos, manutenção e construção da paz e desenvolvimento”, ideia que o missionário comboniano apoia e reforça.
“A ética da fraternidade e da coexistência pacífica não seria mais efetiva para proteger e manter a paz entre os povos? Resultou na África do Sul e é incomparavelmente mais barata que a solução militar”, sustenta o padre José Vieira.
O Dia Mundial da Paz foi instituído pelo Papa Paulo VI (1897-1978) e é celebrado no primeiro dia do novo ano.
A mensagem do Papa Francisco para 2017, intitulada ‘A não-violência: estilo de uma política para a paz’, merece amplo destaque no Semanário ECCLESIA.
JCP
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