Sir 3, 3-7.14-17a / Slm 127 (128), 1-5 / Col 3, 12-21 / Lc 2, 22-40
Hoje celebramos a Festa da Sagrada Família. Poderemos pensar que esta não é uma festa muito importante para a nossa vida, uma vez que pensamos que a Sagrada Família é demasiado «especial» e que, por isso, não tem nada a ver com a nossa vida. Mas não é bem assim, uma vez que, na verdade, todas as famílias são «especiais». A Sagrada Família serve para nós como modelo para o essencial: aquilo que os une é o amor. Se as nossas famílias estiverem forte e solidamente assentes no amor, então o modo como Jesus, Maria e José são família pode ser para nós um modelo de família.
A família cristã passa pelo mesmo desafio da Sagrada Família: ser lugar da incarnação de Cristo. Claro que Jesus já veio ao mundo e não voltará a nascer, mas continuamos a ser desafiados pelo Senhor a dar-Lhe o nosso sim para que sejamos presença de Cristo no mundo. Na segunda leitura, S. Paulo diz isto de um modo muito concreto: «revesti-vos de sentimentos de misericórdia, de bondade, humildade, mansidão e paciência». Depois, mais à frente, continua: «revesti-vos da caridade». O modo como nos vestimos não é um mero cobrir o corpo, mas revela quem somos. Não revela meramente os nossos gostos, mas diz muito mais do que isso. A «roupa» que reveste o cristão é a «roupa» de Cristo.
S. Paulo não está a sugerir um modo concreto de vestir, uma «moda cristã», mas desafia-nos a que aquilo que somos, aquilo que revelamos com a nossa vida seja o Amor de Cristo. É este o simbolismo bíblico da roupa: exterioriza as escolhas do nosso coração, manifesta as nossas disposições interiores.
Somos chamados a mais do que simplesmente não fazer mal a ninguém. Somos chamados a ser ocasião da presença de Cristo para os outros. Por isso, S. Paulo dá-nos algumas indicações de como manter e fortificar esta «roupa» nas nossas famílias. Sublinha a importância de que habite em nós a Palavra de Cristo. Como podemos fazer isto? Por exemplo: lendo a Bíblia e rezando em família.
Termina S. Paulo com o último e o mais importante desafio: «Tudo quanto fizerdes, por palavras ou por obras, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando graças por Ele a Deus Pai». Vivendo assim, todas as famílias são sagradas e chamadas a serem símbolo de Deus no mundo.
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