D. Manuel Clemente afirmou também que é necessário acompanhar os idosos «até ao fim natural das suas vidas»
Lisboa, 24 dez 2017 (Ecclesia) – O cardeal-patriarca de Lisboa disse hoje na mensagem de Natal que o ano que termina fica marcado “por trágicos incêndios” e pela “grande solidariedade”, nomeadamente em relação aos mais idosos, a acompanhar “até ao fim natural das suas vidas”.
“Estamos a terminar um ano que, entre nós, foi marcado por trágicos incêndios, que vitimaram muitas pessoas e destruíram habitações e outros edifícios, com grave dano para a vida, o trabalho e o sustento de muitas outras também”, lembrou D. Manuel Clemente.
No texto da Mensagem de Natal, enviado à Agência ECCLESIA, o cardeal-patriarca de Lisboa disse também que este ano foi “marcado pela grande solidariedade de tantos que, na altura e ainda agora, estiveram e estão presentes e ativos para minorar e ultrapassar os efeitos da tragédia, com contribuições materiais e pessoais, que reforçam o que naturalmente cabe fazer às entidades públicas”.
“Certamente que, para o futuro, nos retomaremos mais conscientes do país que somos e do que devemos ser, mais organizados no território e mais coesos como sociedade, procurando o bem comum de todos”, sublinhou.
D. Manuel Clemente referiu-se depois à “grande solidão” em que vive “parte considerável” dos cidadãos portugueses, sobretudo idosos, “dispersos por locais isolados”, como mostraram os dias da tragédia dos incêndios, e lembrou o episódio bíblico que narra a apresentação de Jesus no tempo onde foi acolhido por dois idosos, Simeão e Ana.
“Esta referência evangélica há de levar-nos a considerar a existência humana como uma longa expetativa de respostas cabais e profundas, que só o tempo vivido e convivido geralmente pode dar. A essas respostas chamamos “sabedoria”, que é compreensão do verdadeiro sentido e valor das coisas”, afirmou.
“Cada idoso é uma experiência de vida e uma interpelação à convivência, que nos faz melhores, quando lhe correspondemos”, sublinhou o cardeal-patriarca de Lisboa.
Na mensagem vídeo, divulgada esta noite, o cardeal-patriarca de Lisboa recordou a mensagem do Papa Francisco a um colóquio internacional de médicos onde disse que, mesmo “quando a vida definha e precisa de especiais cuidados”, é necessária a presença de todos, “sem eutanásia e sem encarniçamento terapêutico”.
“Em todos e em cada um é a vida que acontece”, lembrou D. Manuel Clemente.
“Com este sentido alargado de uma convivência reforçada entre todas as gerações, encontramo-nos certamente melhor para o ano que se avizinha e para a vida de nós todos. Bom e feliz Natal para todos”, concluiu o cardeal-patriarca de Lisboa.
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