Gen 3, 9-15.20 / Slm 97 (98), 1-4 / Ef 1, 3-6.11-12 / Lc 1, 26-38
Dizia S. Bernardo que de Maria há sempre mais para dizer. Hoje celebramos a solenidade da Imaculada Conceição de Nossa Senhora e o Evangelho que a liturgia nos oferece mostra-nos a nossa Mãe Santíssima oferecendo toda a sua vida ao Senhor. Nada guarda para si, mas em tudo confia em Deus, dizendo-Lhe: «Eis a escrava do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra».
Desde o início da Igreja que a devoção a Nossa Senhora sempre esteve presente entre o povo cristão. Continuamos, hoje em dia, em muitos lugares, a rezar o terço com devoção, na certeza de que Maria é a nossa intercessora junto de Deus e nunca nos abandona. Por vezes, alguns criticam o que poderá ser um excesso de devoção. Atento a este problema, o Papa Pio XII diz que todas as devoções perderiam a sua força se não procurássemos viver com o coração centrado em Cristo, como o fez Maria. Se não procurarmos uma vida centrada em Jesus, todas as devoções correm o risco de se tornar mero folclore. A melhor das devoções marianas é uma vida verdadeiramente cristã. Se as nossas peregrinações e terços nos fazem procurar evitar o pecado, superar as dificuldades, instruir na fé, se nos fazem aumentar em intimidade com Jesus Cristo e ver em cada homem e em cada mulher um irmão e uma irmã, então as nossas devoções são verdadeiramente marianas. Onde nos abrimos à graça de Deus, estamos em contacto íntimo com Maria, a cheia de Graça.
Maria é a Cheia de Graça porque grandes coisas fez nela o Omnipotente! Nos primeiros séculos, uma imagem que representa Maria é a Lua: durante o dia, somos iluminados pelo Sol, que tem a sua luz própria; mas, quando vem a noite, esta é iluminada pela Lua que, não tendo em si a luz, reflete para nós a luz que recebe do Sol. Assim é Maria. É, tal como nós, uma criatura de Deus e o que faz dela a Cheia de Graça é a sua colaboração total e sem barreiras com o Senhor. Nada nela é obstrução à graça de Deus. Colabora sem colocar entraves à ação do Espírito Santo, porque nada nela fala de si própria, mas tudo de Deus; porque não há nada nela que não tenha vindo do Pai, a sua vida fala toda do Amor.
A luz com que Maria, a nossa Mãe Santíssima, ilumina a nossa vida não é a sua luz, mas a Luz do Pai e por isso esta Luz continuará a brilhar na nossa vida, porque ela é, para nós, a Mediadora de todas as graças.
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