domingo, 17 de junho de 2018

MEDITAÇÃO DIÁRIA Dom, 17 – DOMINGO XI DO TEMPO COMUM – Ano B

Ez 17, 22-24 / Slm 91 (92), 2-3.13-16 / 2 Cor 5, 6-10 / Mc 4, 26-34

«O reino de Deus é como um homem que lançou a semente à terra. Dorme e levanta-se, noite e dia, enquanto a semente germina e cresce, sem ele saber como»; isto é: não é a nossa ação, mais ou menos perfeita, mais ou menos heróica, que faz o reino de Deus germinar, mas é a potência de Deus, presente na semente que lançamos à terra, que o faz crescer.

Neste Domingo, a liturgia oferece-nos a parábola do grão de mostarda. Se calhar, nunca vimos uma semente de mostarda, mas o sentido da parábola parece claro: a maioria das sementes das plantas são pequenas, quase insignificantes, mas dentro de cada uma delas está a vida que depois se poderá desenvolver até que uma planta cresce. Assim cresce o reino dos Céus. As nossas ânsias pelo bem são não só inúteis como danosas. É como se quiséssemos fazer a planta crescer mais depressa puxando por ela. O bem tem em si a própria vida e, uma vez semeado, cresce de modo imparável, se cuidarmos dele.

Jesus plantou uma pequeníssima semente com a sua morte. Eram poucos homens e mulhe­res, pessoas simples que tinham diante de si o império romano no máximo das suas forças. Este grupo, que tinha como líder S. Pedro, era como uma pequenina planta no cimo de um grande castelo. O que pode uma florzinha contra um grande castelo? Do ponto de vista religioso, este grupo parecia uma seita, com homens e mulheres fora de si. Um grupo que faria rir os instruídos e poderosos da época.

Passaram 2000 anos e esta florzinha plantada no alto de um castelo cresceu. Cresceu com o seu ritmo e sem que nós soubéssemos exatamente como fez para crescer. Épocas houve em que esta florzinha, a Igreja, até pode ter pensado que seria melhor ser um grande castelo edificado com as nossas forças e a nossa sabedoria, mas rapidamente concluiu que somos só uma pequena semente e que a força que a faz crescer não é nossa.

Na nossa história temos tantas histórias de homens e mulheres como nós que aparentavam ser quase insignificantes, mas que foram sementes de grandes e frondosas árvores. S. Bento é o padroeiro da Europa. Quando visitamos a sua gruta em Subiaco, na Itália, percebemos que era um local remoto, de difícil acesso e muito discreto. Ele, que abandonou a escola cedo, deu origem a toda a família Beneditina, fundadora de tantas escolas e mosteiros que dinamizaram e deram vida à Europa da Idade Média. S. Francisco de Assis, que quer viver uma pobreza radical e deixa tudo para confiar só na providência, dá origem à família Franciscana que está espalhada pelo mundo inteiro.

Jesus mostra-nos como a eficácia evangélica é oposta à eficácia do mundo. Deus age sempre e, quando temos confiança, a nossa vida dá frutos que não podemos prever. A vida tem o seu ritmo, a semente, uma vez lançada à terra, cresce por si mesma; a água do rio segue, com a sua calma, por si mesma até ao mar. Até pode ser atrasada por uma barragem, mas avançará até ao mar. Estas palavras não são um convite à desistência de fazer o bem, são antes o convite a que façamos tudo o que depende de nós para que o bem cresça, sabendo que depende de Deus fazer frutificar o que plantamos. O reino de Deus é de Deus!

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