domingo, 2 de dezembro de 2018

MEDITAÇÃO DIÁRIA Dom, 2 – Domingo I do Advento – Ano C

Jr 33, 14-16 / Slm 24 (25), 4bc-5ab.8-10.14 / 1 Ts 3, 12 – 4, 2 / Lc 21, 25-28.34-36

Estamos iniciando a caminhada em direção ao Natal de Jesus, neste tempo de Advento. Liturgicamente tem três horizontes: – recordar o tempo em que o povo de Israel aguardou a chegada do Messias salvador; – viver a preparação da celebração do Natal no tempo presente; – aguardar o advento definitivo de Cristo, no final dos tempos, quando Ele será «tudo em todos».

As leituras da Palavra de Deus transmitem-nos uma mensagem de esperança, que é o nome cristão do otimismo. Quem espera em Deus sabe que as suas promessas têm a garantia do seu fiel cumprimento. Mas a esperança cristã não é um aguardar inativo, de braços caídos; exige a nossa colaboração ativa, pela oração e vigilância.

A situação relatada na 1.ª leitura é a do povo eleito que, regressado do cativeiro de Babilónia, chega à cidade santa de Jerusalém, que está em ruínas, com patentes sinais de morte e destruição. É a «desolação da desolação». Mas o profeta Jeremias, que não é um comentarista pessoal, mas fala em nome de Deus, assegura que da casa de David virá alguém que «exercerá o direito e a justiça». Jerusalém passará a chamar-se «O Senhor é a nossa justiça». E mudar o nome, na cultura hebraica, significa mudar a realidade.

O Evangelho apresenta convulsões cósmicas, mas Cristo não fala do fim do mundo. Anuncia que «o Filho do homem virá... com grande poder e glória». Os sinais que causam espanto são como o desmoronar-se de uma grande casa velha, a fim de dar lugar a uma construção nova imensamente melhor. Como interpretamos as injustiças do mundo atual? Como lemos os sinais do terrorismo e da criminalidade, dos desastres e cataclismos que vemos tantas vezes? A narração evangélica conclui-se alertando-nos para o que podemos e devemos fazer: «Vigiai e orai em todo o tempo». Não é verdade que, por vezes, nos fixamos demasiado no que devem fazer os presidentes e governantes, a nível nacional e internacional, e nos esquecemos da parcela de bem que está perfeitamente ao nosso alcance para construir uma família e comunidade melhores, uma sociedade e um mundo melhores?

S. Paulo, dirigindo-se aos cristãos de Tessalónica, fala da vinda de Jesus, através do anúncio da sua boa nova. Foi por isto certamente que a liturgia colocou esta leitura na entrada do Advento. Aceitar Jesus na vida do cristão não pode ficar somente ligado a um ritual sacramental, como o batismo. Tem de comprovar-se num novo estilo de vida, na «caridade uns com os outros (cristãos) e para com todos». Na força de Jesus não nos é pedido pouco: «O Senhor confirme os vossos corações numa santidade irrepreensível». Quem ama exige amando.

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