Gn 3, 9-15.20 / Slm 97 (98), 1-4 / Ef 1, 3-6.11-12 / Lc 1, 26-38
Celebramos uma festa familiar, porque Maria é a Mãe de Cristo, o Filho de Deus, sendo também a nossa Mãe, por maravilhosa graça do Altíssimo.
Com origem no Oriente, como a maioria das festas de Nossa Senhora, esta festa remonta ao século VII. Entre nós tem raízes profundas. Baste dizer que o rei D. João IV, em 1646, depôs a sua coroa na imagem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa e, desde então, os nossos reis nunca mais usaram coroa, porque passou a pertencer a Maria, a Rainha do céu e da terra. O Papa Pio IX, que já é beato, a 8 de dezembro de 1854, declarou o dogma da Conceição Imaculada da Virgem Maria, como tendo sido preservada de toda a mancha do pecado original. Maria é a «cheia de graça», a imaculada, a mulher impecável.
A primeira leitura não é uma crónica de um facto acontecido nos inícios da história, mas uma reflexão sobre a condição humana, enredada nas teias do pecado. Mas a seguir ao antigo Adão pecador, veio Cristo, o novo Adão salvador. E é-nos oferecido pela nova Eva, Maria, a Mãe do Redentor. Assim responde Deus aos desmandos pecaminosos da humanidade, de todos nós, ontem como hoje.
Na carta de S. Paulo aos cristãos de Éfeso, encontramos uma oração de «bênção», que é a forma mais característica da oração judaica. Aqui recorda os incontáveis benefícios recebidos de Deus. Em vez de pedir, louva e agradece. E Cristo salvador vem-nos por Maria, que é a mulher bendita, o sinal mais claro do triunfo de Deus sobre o mal.
No Evangelho é-nos anunciada a notícia mais original e maravilhosa de todos os tempos. O anjo Gabriel é mensageiro da vontade de Deus Se fazer um de nós. Deus quer humanizar-Se para nos divinizar. A Maria, uma jovem mulher de uma aldeia desconhecida, é pedida a sua ativa colaboração para ser Mãe do próprio Filho de Deus. Maria ficou perturbada com esta inimaginável proposta e pede esclarecimentos. O Anjo mensageiro clarifica: «O Espírito Santo virá sobre ti e a força do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra... porque a Deus nada é impossível».
Agradeçamos a Maria Mãe o seu sim. Foi o sim a uma santa aventura, que lhe exigiu dar Cristo à luz numa gruta de animais e ter de unir-se à morte do seu Filho numa cruz, para redimir o mundo. Peçamos-lhe a graça de a imitarmos em dizer sim nas «anunciações» que o Senhor nos vai fazendo ao longo dos nossos dias.
Sem comentários:
Enviar um comentário