Sir 3, 3-7.14-17a / Slm 127 (128), 1-5 / Cl 3, 12-21 / Lc 2, 41-52
Termos uma família é um tesouro que nunca agradeceremos suficientemente, sabendo que não é feita de anjos impecáveis, mas de pessoas de carne e osso, naturalmente limitadas, como eu e todos somos. Na família aprendemos a arte da fraternidade, os valores de amar e servir. A família é a nossa primeira e fundamental escola de acolhimento e cordialidade, de oração e disponibilidade, de justiça e de paz. Que seria de nós, de mim, sem a família, que vale imensamente mais que o ouro e a prata? Mas importa cair na conta de que a qualidade da nossa família depende, em primeiro lugar, de nós próprios, não dos outros. Cada um de nós é o principal responsável da sua família, independentemente da idade, estilo e formação.
A primeira leitura é do livro de Ben Sirá, livro com bons e práticos conselhos para as mais diversas situações da vida humana. Em boa parte, é dedicado à vida familiar, com observações pertinentes também para os dias de hoje. Seu autor é Ben Sirá, que viveu cerca de dois séculos antes de Cristo.
S. Paulo, nesta passagem da sua carta aos cristãos de Colossos, recomenda que nos revistamos dos sentimentos de Cristo. A roupa é um prolongamento do nosso corpo e identifica o estilo da pessoa que está por dentro. S. Paulo enumera diversas qualidades da roupa que deve usar o cristão: «Revesti-vos, pois, de sentimentos de misericórdia, de bondade, de humildade, de mansidão, de paciência, suportando-vos uns aos outros e perdoando-vos mutuamente, se alguém tiver razão de queixa contra outro. Tal como o Senhor vos perdoou, fazei-o vós também. E, acima de tudo isto, revesti-vos do amor, que é o laço da perfeição. Reine nos vossos corações a paz de Cristo, à qual fostes chamados num só corpo. E sede agradecidos». Resumindo, o toque de elegância da alta costura do cristão é o amor. É fundamental, para a vida sã da nossa família, que nos revistamos do amor de Cristo.
No Evangelho é-nos apresentada uma cena que, parece, não deveria poder acontecer na família mais perfeita que existiu sobre a terra. Na peregrinação anual à cidade santa de Jerusalém, José e Maria perdem o seu filho. A Mãe de Jesus pede explicações ao filho porque Se afastou de seus pais sem ter pedido licença, mas estes não entendem a sua justificação, precisando de «guardar todas estas coisas em seu coração». Mesmo a melhor das famílias passa por dificuldades. Peçamos à Sagrada Família de Nazaré a graça de encontrar as soluções possíveis, com amor paciente.
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