domingo, 20 de janeiro de 2019

Dom, 20 – Domingo II do Tempo Comum – Ano C | 3º Dia do Oitavário pela Unidade dos Cristãos

Is 62, 1-5 / Slm 95 (96), 1-3.7-10 / 1 Cor 12, 4-11 / Jo 2, 1-11

O profeta Isaías, falando em nome de Deus, relata o amor do Senhor pelo seu povo, apesar de todas as infidelidades e dos acontecimentos mais trágicos. Depois do cativeiro de Babilónia, os Israelitas regressam à sua terra, encontrando destruição e ruínas e profanada a cidade santa de Jerusalém.

Isaías usa aqui a imagem da vida conjugal: Deus é o esposo que ama a sua esposa, Israel. Apesar das suas infidelidades, promete-lhe um amor superlativo: "Serás coroa esplendorosa nas mãos do Senhor, diadema real nas mãos do teu Deus... Serás a predileta do Senhor". Deus nunca desiste de nos amar. Mesmo que Lhe voltemos as costas, Ele conserva sempre os braços abertos para nos acolher misericordiosa e festivamente.

S. Paulo, nesta passagem da sua 1.ª Carta aos cristãos de Corinto, dá-nos uma lição sobre os carismas ou dons que Deus nos concede para proveito comum. Havia contendas nesta comunidade, pois os carismas (termo que significa dom gratuito de Deus) eram aproveitados para sobressair, para afirmar o próprio valor, para competir.

Os dons que Deus nos dá não podem ser armas de combate contra alguém, não podem ser usados como pedestais para alguém ficar em plano superior aos outros. Os dons, os carismas são instrumentos de serviço, de ajuda fraterna, que devem criar unidade numa comunidade: "Há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que realiza tudo em todos. Em cada um se manifestam os dons do Espírito para proveito comum".

No Evangelho, entramos numa festa de casamento, que tem uns convidados especiais: Maria, a Mãe de Jesus, o próprio Jesus e os seus discípulos. Surpresas complicadas e dissabores azedos podem acontecer em qualquer ocasião, mesmo numa festa solene. Neste caso, foi a falta de vinho. Faltar vinho numa festa é torná-la um funeral. Não faltou carne ou peixe ou qualquer alimento substancial. Mas a beleza de uma obra de arte está nos pormenores.

Maria interveio discretamente, como mãe atenta. Nada pede e muito menos impõe a seu Filho. Sugere delicadamente a Jesus: "Não têm vinho". E solicita aos serventes: "Fazei tudo o que Ele vos disser". É uma mensagem de Maria Mãe, que cada um de nós seus filhos deve ouvir cada dia.

Poderíamos pensar que Maria e Jesus estariam presentes na festa como controladores dos possíveis excessos, concretamente no uso do vinho. Mas não foi feito o antimilagre da transformação do vinho em água. Maria e Jesus arriscam na nossa felicidade. Assim estão também hoje na nossa vida. Jesus declarou: "Eu vim para que tenham vida e vida em abundância". Ele quer promover um clima de festa e alegria na nossa vida: "Disse-vos isto para que a minha alegria esteja em vós e a vossa alegria seja completa". A minha presença comunica alegria e consolação àqueles que encontro?

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