terça-feira, 1 de janeiro de 2019

TER, 1 – SANTA MARIA, MÃE DE DEUS (SOLENIDADE), E DIA MUNDIAL DA PAZ

Num 6, 22-27 / Slm 66 (67), 2-3.5-6.8 / Gl 4, 4-7 / Lc 2, 16-21

Iniciando um novo ano, 2019 depois de Cristo, celebramos a solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus. A reforma litúrgica do Concílio Vaticano II fez começar o ano civil festejando Nossa Senhora, simples criatura humana, que Deus assumiu como a sua própria Mãe no mistério da encarnação de Jesus Cristo.

A leitura do livro dos Números refere a mais famosa de todas as bênçãos contidas na Sagrada Escritura: «O Senhor te abençoe e te guarde. O Senhor faça brilhar sobre ti a sua face e te seja favorável. O Senhor volte para ti os seus olhos e te conceda a paz». Esta fórmula foi ensinada pelo próprio Deus a Moisés, e era usada no templo como conclusão da liturgia diária. À sua semelhança, também terminam com uma bênção as nossas atuais liturgias eucarísticas. Esta fórmula sagrada nunca podia ser usada para amaldiçoar, como será hoje um abuso sacrílego utilizar expressões semelhantes para desejar mal a alguém.

Nos salmos, somos convidados repetidamente a bendizer a Deus: «Bendizei o Senhor, todos os servos do Senhor... Elevai as vossas mãos em oração e bendizei o Senhor» (134, 1-2). Assim respondemos aos benefícios que recebemos de Deus, explicitando a nossa consciência de tantas graças recebidas.

O povo de Israel esperava uma bênção bastante material, ligada às vitórias sobre os inimigos e à prosperidade no bem-estar. Mas, chegada a plenitude dos tempos, Deus ofereceu-lhe o seu próprio Filho. É no contexto litúrgico natalício que estamos celebrando o melhor presente de Deus à humanidade: Jesus Cristo.

Na vez em que S. Paulo se refere a Nossa Senhora, recorda que «Deus enviou ao mundo o seu Filho, nascido de uma mulher... para nos tornar seus filhos adotivos». É uma graça maravilhosa que devemos não só agradecer a Deus, mas também a Maria. Por Ela, nos tornámos filhos de Deus e, portanto, herdeiros da felicidade eterna que Ele nos quer oferecer.

No Evangelho encontramos os pastores, pessoas humildes e simples, a quem é concedido o privilégio de serem os primeiros a chegar à gruta de Belém e de encontrarem a sagrada família já com o Emanuel, Deus connosco nascido. Nada viram de extraordinário, mas uma pobre criança com Maria e José, tendo reconhecido a chegada do Messias salvador.

Aqui se diz que o Deus Menino é posto numa manjedoura. Na Eucaristia, o mesmo Jesus é-nos oferecido como alimento, tão nosso Se faz o Emanuel.

O evangelista Lucas sublinha a atitude contemplativa de Nossa Senhora: «Maria conservava todas estas palavras (dos pastores), meditando-as em seu coração». É a atitude inversa à superficialidade de quem se deixa submergir por factos e informações, sem ponderar por dentro a mensagem que está para além das fachadas e aparências. Muito temos a aprender com a fé simples dos pastores e com a profundidade espiritual de Maria.

Desde 1968, por decisão do Papa S. Paulo VI, se celebra o «Dia Mundial da Paz» no primeiro dia do ano. A paz continua a ser uma aspiração fundamental e urgente das famílias, povos e nações. Por intercessão de «Maria, Rainha da Paz», pedimos ao «Deus da Paz» que nos conceda a graça da paz.

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