domingo, 6 de janeiro de 2019

MEDITAÇÃO DIÁRIA Dom, 6 – Epifania do Senhor (Solenidade)

Is 60, 1-6 / Slm 71 (72), 2.7-8.10-13 / Ef 3, 2-3.5-6 / Mt 2, 1-12

"Epifania" significa manifestação, revelação. Nesta solenidade celebramos Jesus que é apresentado a todos os povos, para além do clima de intimidade familiar do Natal. O nosso Natal é celebrado pelos cristãos do Oriente nesta festa.

A passagem do profeta Isaías é das páginas mais poeticamente belas de toda a Sagrada Escritura. Aqui se relata o volte-face dos acontecimentos dramáticos da conquista e destruição de Jerusalém, no ano 587 a.C., pelos exércitos da Babilónia. Agora, tudo é luz, paz e glória, no regresso dos exilados que voltam à sua pátria, à cidade santa de Jerusalém.

S. Paulo fala-nos do mistério de Cristo que lhe foi dado a conhecer e que transmite aos que encontra na sua missão apostólica. É uma graça que não pode ficar encerrada num cofre, mas que é para oferecer a todos os povos. Não se trata de um privilégio concedido apenas aos judeus, mas é para comunicar a todos: "os gentios recebem a mesma herança que os judeus, pertencem ao mesmo corpo e participam da mesma promessa, em Cristo Jesus, por meio do Evangelho".

No Evangelho encontramos o episódio dos Magos vindos do Oriente, que se dirigem para destino incerto, procurando o recém-nascido rei dos Judeus. Perante o rei Herodes afirmam: "Nós vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-Lo". É-nos dito que Herodes ficou inseguro, temendo ser suplantado, procurando informações para se poder desfazer de Jesus menino.

Desde os tempos das primeiras cristandades, os Magos suscitaram grande interesse, tendo nascido muitas lendas: os Magos foram apresentados como reis, sendo três (embora no texto de S. Mateus não se indique o número nem se aponte a sua realeza), dando-se-lhes mesmo nomes (Belchior, Baltasar e Gaspar), que acabaram por se encontrar vindos da Ásia, da África e da Europa. As suas relíquias estiveram em Constantinopla, depois em Milão, até 1162, altura em que foram para a catedral de Colónia, na Alemanha.

Com este relato evangélico, S. Mateus quer dizer-nos que o que é indicado na leitura do profeta Isaías se cumpriu plenamente. O Messias chegou e é adorado pelos povos pagãos, representados pelos Magos, que se dirigem a Jerusalém, oferecendo a Deus Menino ricos presentes, prostrando-se em adoração. A tradição popular aplicou aos dons oferecidos um significado simbólico: o ouro é o reconhecimento de Jesus como rei; o incenso significa a adoração de Deus que é aquele Menino; a mirra representa a humanidade de Deus encarnado.

Os Magos são imagem da Igreja, que não tem fronteiras, acolhendo a todos e congregando pessoas de todas as línguas, raças, povos e nações. No respeito da identidade de cada um, cria unidade na diversidade.  

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