sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

2º Domingo do Advento – Ano B

Evangelho - Mc 1,1-8
Comentário Breve
A primeira coisa que os crentes viram em Cristo é que Ele é uma boa notícia. Esta recolha dos ditos e da acção de Jesus intitula-se: "Evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus".
Uma boa notícia reporta-se sempre a um acontecimento feliz que ainda não é conhecido, mas que no fundo, o ser humano espera e busca.
A maior originalidade de Jesus consiste em anunciar de maneira convicta de que com Ele começa a realização da "utopia" que estava viva em Israel e que é tão antiga quanto o coração do homem, do homem de boa vontade: o fim do mal, da injustiça, da dor e da morte. A isto Jesus chama: o Reino de Deus.
Com este anúncio algo de novo se colocou em marcha no interior da história.
A humanidade não caminha sozinha, votada ao abandono e entregue apenas aos seus próprio recursos. Há Alguém empenhado na felicidade total de cada um dos seus filhos. Ou seja existe Alguém que é bondade, acolhimento, libertação, plenitude: Deus, nosso Pai.
Isto muda tudo. Começa uma situação nova que nos desafia a compreender e a viver a nossa existência de uma maneira nova. Chamados a empenharmo-nos na construção do Reino quer dizer que temos obrigação de construir uma convivência fraterna, feita de justiça e de paz.
Preparai o caminho do Senhor é a exortação de João Baptista. Deus passa a ser real na nossa vida quando vivemos de maneira mais humana, ou seja quando escutamos o melhor que nos habita e escutamos os demais
É capital entender e ter uma consciência profunda de que a fé é um caminho e não um sistema religioso, quando apenas olhamos e nos enredamos neste último, estragamos tudo. 
Num caminho, daqui até ali ou numa peregrinação mais empenhativa (a Fátima ou a Santiago) há de tudo: caminhada que dá gozo, momentos de busca e introspecção, provas a superar e retrocessos, decisões fundamentais, dúvidas e interrogações. 
Tudo é parte integrante do caminho. Mesmo as dúvidas, uma vez que podem ser mais estimulantes do que umas quantas certezas e segurança que nos trazem, tantas vezes, a forma rotineira e simplista de algumas formas de viver.
Cada um é chamado a fazer o seu próprio caminho. Cada um é responsável pela aventura da sua vida e da sua fé. Não é legítimo forçar nada. O caminho cristão é feito de etapas: as pessoas podem e vivem momentos e situações diferentes.
Importa enfatizar que o mais importante é caminhar, sem se deter, ouvindo a chamada que a todos convida a viver de uma maneira mais digna e ditosa.
Este pode ser o melhor modo de preparar o caminho do Senhor.

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