At 1, 1-11 / Slm 46 (47), 2-3.6-9 / Ef 1, 17-23 ou Ef 4, 1-13 / Mc 16, 15-20
Dia Mundial dos Meios de Comunicação Social
A solenidade que hoje celebramos, a Ascensão do Senhor, oferece-nos uma imagem que nos poderá confundir: se não estivermos atentos, até podemos pensar que Jesus Cristo é uma espécie de socorrista que desce dos céus de helicóptero! Quando alguém tem um acidente e está ferido num lugar inacessível, numa montanha, por exemplo, os socorristas vão lá de helicóptero, descem uma corda, seguram a pessoa a si mesmos e salvam a pessoa ferida. Poderíamos pensar que, de algum modo, é assim a vida de Cristo: Ele desce do alto dos céus, resgata a humanidade ferida e eleva-a com Ele aos céus, curando-a. Pode até ser uma imagem simpática, mas não é bem assim. Na verdade, na Ascensão todos nós somos enviados, recebendo a nossa missão.
Jesus, elevando-Se no céu, não Se afasta de nós, mas dá-nos a certeza de que estará sempre connosco, sempre a caminhar ao nosso lado, tal como acontece com os discípulos de Emaús. Será sempre o peregrino que caminha ao nosso lado. Certo, a sua presença agora não é uma presença física, como aquela que os discípulos experimentaram. Ele partiu, mas, como Ele mesmo nos disse, é bom para nós que Ele parta porque assim pode vir o Paráclito, que é o Espírito Santo.
Se durante a vida terrena poderíamos até estar com Jesus, agora Ele está em nós. Antes poderíamos ver o seu rosto, agora o nosso rosto pode transfigurar-se e podemos ser presença de Cristo no mundo. Na Ascensão de Jesus ao Céu podemos ver o sentido de toda a história da humanidade, podemos contemplar o sentido da nossa vida: o mundo, que vem de Deus, regressa a Deus. Ele, Jesus Cristo, é o Primogénito, a cabeça do corpo, e por onde passa a cabeça passará também todo o corpo com todos os seus membros que somos nós. Ele abre a porta para que todo o universo possa ser assumido no seu corpo. «Porque foi n’Ele que todas as coisas foram criadas», diz S. Paulo, tudo subsiste n’Ele e fora de Cristo nada pode subsistir. Em certo sentido, a Ascensão ainda não terminou: a cabeça já foi «dada à luz», já nasceu para a sua existência definitiva, mas o corpo ainda não completamente.
Cristo nem nos abandona à nossa sorte nem nos resgata à força, como faz o socorrista que desce de um helicóptero para nos salvar. Ele quer fazer de nós homens e mulheres livres. Seria muito mais fácil para Ele «forçar» a nossa salvação, mas Ele parte para que O possamos seguir livremente na nossa vida. Que grande sinal de Amor! Prefere o risco de ser rejeitado do que diminuir a nossa liberdade. O caminho que todos somos chamados a percorrer, isto é, o sentido da nossa vida, é o encontro com o Senhor que faz de nós homens e mulheres verdadeiramente livres.
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