Dia Mundial dos Pobres / Último Dia da Semana dos Seminários
Dan 12, 1-3 / Slm 15 (16), 5.8-11 / Hebr 10, 11-14.18 / Mc 13, 24-32
O Evangelho deste domingo é parte do «discurso escatológico» que S. Mateus nos apresenta no capítulo 13 do seu Evangelho. Depois de falar dos sinais que antecederão o fim dos tempos, Jesus recorda-nos que virão perseguições para os seus discípulos, que Jerusalém será destruída e que virão falsos messias afirmando vir em nome de Deus. Depois destas coisas, vem a grande promessa de Jesus: «Então, hão de ver o Filho do homem vir sobre as nuvens». É para este grande encontro que toda a humanidade está a ser conduzida. Todos e cada um de nós somos pacientemente conduzidos pelo Pai para o encontro final e definitivo com o Filho. Toda a criação avança em direção à revelação de Cristo, o Filho do Homem, no qual todos estamos em comunhão uns com os outros e, juntos, com o Pai.
Esta é uma grande certeza que Cristo nos deixa: no fim não está o vazio, mas o Amor. No fim da nossa vida não está a escuridão, mas a luz, não está a solidão, mas a comunhão. Às vezes, pensamos no fim do mundo como uma coisa terrível e temível, mas o fim do mundo, a sua finalidade última é ser o lugar onde cada um de nós encontra em Deus o seu Pai e em cada pessoa um irmão ou uma irmã. O fim do mundo é o amor; é a revelação plena e definitiva de Deus como Pai; não é um evento do qual devemos ter medo, mas algo que todos somos convidados a desejar. Por isso, S. Paulo e a comunidade cristã primitiva nos desafiam a rezar sempre dizendo: «Maraná thá; vem, Senhor Jesus».
Não vale a pena estarmos preocupados com o fim dos tempos, isto é, o fim do mundo no sentido cósmico: não sabemos nem o dia nem a hora e não nos devemos deixar enganar pelos falsos profetas da desgraça. Jesus previne-nos disto mesmo. Para nós, o que é de facto importante é sabermos que Cristo realiza na Cruz a sua glória. Que é na Cruz que se manifesta o poder, a glória e o juízo de Deus. É a Cruz a chave de leitura de toda a história; é a Cruz a chave de leitura da nossa vida. A primeira vinda do Senhor revela-nos o mistério do Amor manifestado na sua paixão, morte e ressurreição. Agora sabemos que O podemos encontrar vivo e operante em cada um dos nossos irmãos. Sabemos que Ele vem para manifestar a sua glória e o seu poder aparecendo sobre as nuvens. Jesus, o Filho do Homem, é o verdadeiro Juiz de toda a história, o juiz da nossa vida: é na Cruz que se revela e manifesta o Juízo do Pai, que é o juízo do Filho que Se faz nosso irmão, que dá a vida por todos nós, pecadores, para nos salvar. Este é o poder pleno da glória divina. O Poder divino é o poder do Amor, é o poder do perdão e da misericórdia. É este o futuro do cosmos: a revelação do poder de Cristo.
Nós, como discípulos de Cristo, conhecemos o nosso justo Juiz e sabemos qual é o seu justo juízo! Somos, assim, chamados a viver com confiança e esperança a própria vida do Filho, tendo como critério o Amor do Filho pelo Pai e por cada um de nós, seus irmãos.
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