sexta-feira, 19 de abril de 2019

MEDITAÇÃO DIÁRIA Sex, 19 – Sexta-Feira Santa

Is 52, 13 – 53, 12 / Slm 30 (31), 2.6.12-13.15-17.25 / Heb 4, 14-16; 5, 7-9 / Jo 18, 1 – 19, 42

A paixão e morte de Cristo, que hoje especialmente celebramos, não é a história de uma tragédia em que Jesus, o próprio Filho de Deus, é crucificado entre dois criminosos profissionais, como sendo o pior deles. É antes uma maravilhosa história de amor apaixonado de Deus para connosco, que nada poupa para nos salvar. Como nos recorda a Carta aos Hebreus, «Cristo, apesar de Filho, aprendeu, sofrendo, a obedecer. E, levado à perfeição, converteu-Se para todos os que Lhe obedecem, em princípio de salvação eterna».

Podemos perguntar: a salvação da humanidade não se poderia realizar de um modo mais simples, menos cruel, talvez com uma divina declaração de amor por nós, com o derramamento de uma única gota de sangue? Seguramente que Deus poderia redimir-nos do modo que quisesse, mas o dar a vida até ao fim, numa situação de extrema dor, é um sinal eloquente do amor que Deus nos tem, uma declaração de que o sofrimento pode ser altamente meritório e redentor.

A leitura da Paixão de Cristo não é uma mera história dos arquivos do passado. Diz diretamente respeito a cada um de nós, pois o sangue de Cristo, derramado na sua paixão e morte, tem uma dedicatória pessoal de salvação. Como dizemos no credo, «por nós (por cada um de nós) e para nossa salvação... foi crucificado sob Pôncio Pilatos, padeceu e foi sepultado».

A liturgia da Sexta-Feira Santa contempla o rito da adoração da santa cruz. A crucifixão era um suplício tão doloroso e humilhante que um cidadão romano não podia ser crucificado. Assim aconteceu com São Paulo, cidadão romano, que, dando a vida por Cristo, foi apenas degolado. Adorar a cruz de Jesus é um gesto de amor, que repetimos cada dia, de um modo simples, traçando sobre nós o sinal da cruz, transbordando gratidão por tanto amor que Deus nos tem. 

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