Is 9, 1-6 / Slm 95 (96), 1-3.11-13 / Tt 2, 11-14 / Lc 2, 1-14 (Missa da Noite)
O profeta Isaías proclama a palavra do Deus da esperança num tempo dramático da história de Israel, invadido pelos Assírios, que derramavam o sangue do povo e espalhavam o terror. Perante estas trevas de noite angustiante, é proclamada uma mensagem de consolação. A noite não é o funeral da luz, mas simplesmente o seu ocultamento temporário. Os tempos de prova são uma purificação ocasional, como a noite aprimora a luz do dia.
Estamos celebrando o Natal de Jesus, que renasce para nós, qual magnífico presente que o Pai nos oferece. Ele é o nosso «Conselheiro admirável, Deus forte, Príncipe da paz». Abramos as portas da nossa liberdade, para que Ele nasça no presépio do nosso coração.
S. Paulo, escrevendo a Tito, exulta de alegria porque «se manifestou a graça de Deus, salvação para todos os homens». O termo bíblico «graça» significa a ternura amorosa de Deus, que é oferecida a todas as pessoas, sem fronteiras nem discriminações, porque não depende dos nossos méritos, mas simplesmente da generosidade de Deus, sumo benfeitor universal. A experiência deste amor, desmedido e gratuito, é a força que nos leva a «renunciar à impiedade e aos desejos mundanos, para vivermos, no tempo presente, com temperança, justiça e piedade».
O nascimento de Cristo, narrado pelo evangelista Lucas, situa-nos no tempo histórico de César Augusto («augusto» significa divino), o imperador da única superpotência nesses séculos. A sua iniciativa de promover um recenseamento universal ocasiona que Cristo vá nascer a Belém. A nota de que «não havia lugar para eles na hospedaria» mostra a marginalização de quem é pobre, tendo Cristo de ter por berço uma manjedoura de animais. Certamente que este facto nos alerta para darmos um lugar de primazia a Cristo nas nossas vidas.
Os primeiros a serem convidados para encontrar o Messias foram os pastores da região, avisados pelo anjo que lhes comunicou uma maravilhosa notícia: «anuncio-vos uma grande alegria para todo o povo: nasceu-vos hoje, na cidade de David, um Salvador, que é Cristo Senhor». Com a multidão de anjos que circundou o presépio, cantemos: «Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens por Ele amados». E ofereçamos os nossos presentes de paz e bem a Deus infinito, que Se fez criança por nosso amor.
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