Jesus nunca quis que seus seguidores fossem pessimistas, Ele queria que todos experimentassem a verdadeira alegria
Infelizmente, às vezes a fé cristã é vista como um monte de regras a serem cumpridas. Isso pinta o cristianismo com uma cor negativa, fazendo parecer que, para ser cristão, é preciso sempre negar a si mesmo.
No entanto, Jesus nunca quis que seus seguidores fossem pessimistas, abordando o mundo de maneira negativa. Na verdade, Ele queria que seus seguidores experimentassem a verdadeira alegria.
“Como o Pai me ama, assim também eu vos amo. Perseverai no meu amor.Se guardardes os meus mandamentos, sereis constantes no meu amor, como também eu guardei os mandamentos de meu Pai e persisto no seu amor. Disse-vos essas coisas para que a minha alegria esteja em vós, e a vossa alegria seja completa.” (João 15,9-11)
O Evangelho deve ser uma boa notícia, embora nem sempre a vivamos dessa maneira. Sofrimento e abnegação são certamente parte do Evangelho, mas essas coisas devem nos levar a uma alegria mais profunda, que está além deste mundo.
O Papa Francisco escreveu até uma exortação apostólica inteira intitulada Evangelii Gaudium (A Alegria do Evangelho), na qual explicou que a alegria está ligada a viver uma autêntica vida cristã:
“O Evangelho, onde resplandece gloriosa a Cruz de Cristo, convida insistentemente à alegria. Apenas alguns exemplos: «Alegra-te» é a saudação do anjo a Maria (Lc 1, 28). A visita de Maria a Isabel faz com que João salte de alegria no ventre de sua mãe (cf. Lc 1, 41). No seu cântico, Maria proclama: «O meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador» (Lc 1, 47). E, quando Jesus começa o seu ministério, João exclama: «Esta é a minha alegria! E tornou-se completa!» (Jo 3, 29). O próprio Jesus «estremeceu de alegria sob a acção do Espírito Santo» (Lc 10, 21). A sua mensagem é fonte de alegria: «Manifestei-vos estas coisas, para que esteja em vós a minha alegria, e a vossa alegria seja completa» (Jo 15, 11). A nossa alegria cristã brota da fonte do seu coração transbordante.”
Nem sempre focamos em nossa própria alegria e em como, mesmo em meio a um grande sofrimento, podemos possuir a paz e a alegria do amor de Deus. Jesus, na cruz, era a pessoa mais alegre do mundo!
Nossa alegria nem sempre precisa se refletir em uma atitude borbulhante que possa parecer superficial, mas deve estar na raiz de nossa fé, sabendo que essa alegria prenuncia a alegria que virá.
O Papa Francisco também comentou, em sua exortação, que nosso mundo moderno frequentemente rouba nossa alegria:
“Às vezes, somos tentados a encontrar desculpas e reclamar, agindo como se só pudéssemos ser felizes se mil condições fossem atendidas. Até certo ponto, isso ocorre porque nossa “sociedade tecnológica conseguiu multiplicar ocasiões de prazer, mas achou muito difícil gerar alegria”. Posso dizer que as mais belas e naturais expressões de alegria que vi em minha vida estavam em pessoas pobres que tinham pouco a que se apegar. Penso também na verdadeira alegria demonstrada por outros que, mesmo em meio a obrigações profissionais prementes, foram capazes de preservar, em desapego e simplicidade, um coração cheio de fé. À sua maneira, todos esses exemplos de alegria fluem do infinito amor de Deus, que se revelou para nós em Jesus Cristo.”
Que nunca percamos a nossa alegria, pois os outros serão atraídos para mais perto do Evangelho através do viver alegre da nossa fé.
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